Depois de oito anos e meio, obra do Hospital da Costa Sul não está concluída

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Publicado em 26/10/2017, às 08h41 - Atualizado em 23/08/2020, às 16h12

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Projeto previa dezenas de leitos e pronto-atendimento; prefeitura aguarda finalização da perícia judicial da obra para definir ações

Quando a prefeitura de São Sebastião definiu o local para a construção do Hospital Municipal da Costa Sul, no dia 3 de abril de 2009, talvez não imaginasse que, depois de mais oito anos e meio, as obras não estariam concluídas. Pelo projeto, um investimento de recursos municipais da ordem de R$ 15 milhões, estavam previstos 65 leitos, além de aproximadamente 10 consultórios de atendimento médico, pronto-atendimento, agendamento, entre outros.

Estavam? Sim, estavam. Isso porque a prefeitura informou, por meio de nota, que aguarda a finalização da perícia judicial da obra, solicitada pelo Ministério Público. A nota esclarece também que a elaboração do projeto de adequação do prédio está em andamento: “Após a perícia, vamos licitar a complementação/término da obra. A administração municipal salienta que estudos e levantamentos preliminares e pré-projeto para adequação e reforma geral do prédio para melhor funcionalidade e condições de trabalho para os funcionários já foram realizados”.

Sem o Hospital da Costa Sul, em casos de emergência, a alternativa

é recorrer ao pronto-atendimento (PA) de Boiçucanga, cerca de 300 metros distante do novo hospital. Nossa reportagem visitou o pronto-atendimento de Boiçucanga no dia 24 de outubro, e encontrou um prédio com estrutura precária. Revitalizado em 2012, o local tem deficiências. Dentro do PA, paredes apresentam manchas de umidade e as cadeiras de espera não são as mais confortáveis para quem necessita de atendimento.

A psicóloga Denise Toledo, de 55 anos, mora em São Sebastião há nove anos e lamenta: “Se o Hospital da Costa Sul estivesse pronto, o atendimento seria muito mais rápido e os exames não precisariam ir para o centro da cidade para ter um resultado. Tudo estaria aqui, perto de nós. A costa sul precisa de um equipamento como este [hospital]. É fundamental. Nossa população cresceu muito nos últimos anos. Precisamos de mais recursos aqui”.

Para a aposentada Rita Reis da Silva, de 70 anos, moradora em São Sebastião há 35 anos, e que sofre com problemas na coluna, o tratamento de especialidades amenizaria a dor e o sofrimento dos últimos anos. “Está mais do que na hora de termos atendimentos especializados. É muito longe até o centro, eu já tenho 70 anos, não consigo ir e voltar constantemente. O Hospital da Costa Sul é a nossa esperança de uma saúde melhor”, desabafa.

Para o morador Beroaldo Ribeiro, de 43 anos, a preocupação é outra: “Não adianta entregar o hospital e não ter os aparelhos para atender os pacientes”. Ribeiro trabalha como repositor e mora no bairro desde 1994. Ele elogiou o atendimento no posto de saúde: “Não tenho o que reclamar do atendimento do posto de saúde, sou sempre bem atendido. Sempre tem dois ou três médicos, a única coisa que não tem é o exame de ressonância magnética. Preciso fazer um raio-x da coluna com um laudo e aqui só tem a máquina que não sai com o laudo”.

Questionada sobre um possível projeto de reforma do local, a prefeitura de São Sebastião não respondeu até o fechamento desta edição.

Cláudio Rodrigues

Fotos: Cláudio Rodrigues

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