O tema dessa semana foi escolhido a pedido do senhor Lourival, leitor da coluna. Com a saúde comprometida pelo uso constante de cigarros, há mais de 40 anos, o leitor pediu para escrever sobre o assunto e fazer um alerta aos nossos demais leitores, principalmente aos pais, educadores e aos fumantes sobre os riscos e conseqüências do uso do cigarro. Atualmente o senhor Lourival apresenta insuficiência respiratória, cansaço e incapacidade para atividades laborativas, além de fazer uso constante de vários tipos de medicamentos. O tabaco é utilizado na fabricação do charuto, cachimbo, cigarro de palha, e a nicotina é a droga que causa dependência. O tabaco foi identificado em 1492, pelo navegador Cristóvão Colombo durante suas viagens ao Caribe, usado pelos índios em rituais religiosos e festas. A nicotina é uma substância psicoativa, e provoca prazer, podendo induzir ao abuso e à dependência. A nicotina encontra-se incluída na Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde. A sua ingestão produz alterações no Sistema Nervoso Central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos, semelhante ao que ocorre com a cocaína, heroína e álcool. Depois que a nicotina atinge o cérebro, entre 7 a 9 segundos, libera várias substâncias (neurotransmissores) responsáveis por estimular a sensação de prazer, explicando-se assim as boas sensações que o fumante tem ao fumar. Com o uso freqüente da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação que tinha no início. A OMS (Organização Mundial de Saúde) classifica a dependência química como uma doença INCURÁVEL e progressiva. O cigarro é considerado um droga licita, que apesar de causar prejuízos ao corpo, a sua produção e comercialização é permitida por lei. Já as drogas ilícitas, são as substâncias cuja produção e comercialização são proibidas por lei, tais como a maconha, cocaína e heroína. O que leva um indivíduo a tornar-se um dependente químico? Os fatores determinantes são os mais variados possíveis. Homens e mulheres são influenciados por fatores distintos entre si. Os homens são influenciados por amigos, grupos sociais, problemas no trabalho ou dificuldades financeiras. As mulheres pela depressão, pressões familiares, sentimento de isolamento social ou problemas de saúde Os hábitos se instalam na nossa vida a partir de repetição freqüente de um comportamento. Na maioria das vezes, de maneira inconsciente, mas não por isso alheia à nossa vontade. Alguns hábitos melhoram a nossa qualidade de vida e nos permitem crescer em harmonia e equilíbrio conosco, com os outros e com o meio que nos cerca. Outros, por sua vez, costumam nos trazer problemas, dores e dependências. Mais cedo ou mais tarde, devemos tentar abandoná-los. O tabagismo possui mais de 4,7 mil substâncias tóxicas, provocando mais de 50 tipos de doenças, constituindo a maior causa isolada de adoecimentos e mortes precoces em todo o mundo. A maioria dos fumantes teve a 1ª experiência entre 13 e 16 anos, período em que muitos encontram no cigarro um apoio para vencer dificuldade, superar a timidez, conflitos de relacionamento, enfrentar as mudanças, pressões e exigências e, ainda, para buscar a própria independência ou pela simples imitação de comportamento. O fumante acredita que suas habilidades estão vinculadas ao cigarro e que só realizará determinadas atividades com o auxílio dele. Na realidade, a habilidade é sua, mas por não saber distingui-la, atribui ao cigarro. Desta forma, o fumante acredita que só pode criar se fumar, raciocinar se fumar e até manter relacionamentos somente se fumar e desenvolve rituais, associações e condicionamentos que são reforçados a cada cigarro que é aceso. A dependência psicológica precisa ser tratada tanto quanto a dependência comportamental e física, por meio de técnicas que envolvem o estímulo ao autocontrole, para que o indivíduo possa aprender como escapar do ciclo vicioso. Na próxima edição vamos falar de outros tipos de dependência. Boa semana a todos.
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