TRAMPOS À VISTA

Construção do túnel Santos-Guarujá promete gerar 9 mil vagas de emprego

Com investimento de R$ 6 bilhões, obra será o primeiro túnel imerso do Brasil; escolha por esse método levou em conta fatores técnicos e operacionais

Redação
Publicado em 25/04/2025, às 11h27

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Estrutura do túnel será composta por seis módulos de concreto pré-moldado - Governo de SP
Estrutura do túnel será composta por seis módulos de concreto pré-moldado - Governo de SP

A construção do túnel imerso entre Santos e Guarujá promete gerar 9 mil postos de emprego, entre diretos e indiretos, de acordo com o governo de São Paulo. Com investimento previsto de R$ 6 bilhões, a obra será viabilizada por meio de  parceria público-privada (PPP), com concessão de 30 anos, abrangendo construção, operação e manutenção do ativo. O leilão está marcado para  o dia 1º de agosto de 2025.

A estrutura terá 1,5km de extensão, com 870 metros submersos, e será composta por seis módulos de concreto pré-moldado. Contará com três faixas por sentido, uma delas adaptável ao VLT, além de passagem para pedestres e ciclistas. Segundo o governo paulista, o projeto representa um marco para o desenvolvimento da Baixada Santista e atende a uma demanda histórica da população da região. A futura concessionária será responsável por uma infraestrutura compatível com o tráfego de veículos leves, caminhões e transporte público, sem impactar as operações do Porto de Santos.

Durante missão internacional na Dinamarca, Holanda e Noruega, o governo de São Paulo apresentou o projeto a potenciais investidores, em reuniões com empresas especializadas em mobilidade e engenharia. A agenda incluiu visita técnica ao túnel Fehmarnbelt, entre Dinamarca e Alemanha, referência internacional em túneis imersos.

Tecnologia inédita no Brasil

Diferente dos túneis escavados – como os usados no metrô – o túnel imerso será formado por módulos de concreto pré-moldados, construídos em uma doca seca. Esses módulos serão então transportados por flutuação até o local, onde serão submersos com precisão, encaixados no leito do canal e ancorados com camadas de lastro.

Segundo o governo paulista, a escolha por esse método levou em conta uma série de fatores técnicos e operacionais. O solo da região, composto por argilas moles e sedimentos fluviais, não oferece a estabilidade necessária para escavações profundas. Além disso, a construção de uma ponte foi descartada por restrições impostas pela Base Aérea de Santos e pelo tráfego intenso de navios no canal portuário.

O túnel imerso também oferece vantagens ambientais e urbanas. Exige menos desapropriações, tem obra mais rápida e reduz os impactos na paisagem e no entorno urbano. Do ponto de vista de operação e manutenção, a solução também é mais eficiente. O modelo tem menor custo ao longo do contrato de concessão e oferece acesso facilitado para manutenção técnica, quando necessário.

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