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Construção de conjuntos habitacionais gera polêmica em Maresias

Proposta da prefeitura de São Sebastião sugere implantação de 220 casas populares no bairro

Da Redação
Publicado em 11/01/2020, às 11h40 - Atualizado em 24/08/2020, às 06h49

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Terreno destinado à construção (avenida Paquetá) - Divulgação/PMSS
Terreno destinado à construção (avenida Paquetá) - Divulgação/PMSS

Um projeto encabeçado pela prefeitura de São Sebastião tirou o sossego de moradores da praia de Maresias. A implantação de 220 unidades habitacionais no bairro foi anunciada no dia 20 de dezembro de 2019 com o intuito de abrigar famílias em áreas de risco.

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Segundo o Executivo, as obras serão financiadas com recursos do Governo Federal, através do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) e famílias com renda mensal até R$ 1800,00 poderão ser contempladas. O projeto também atenderá o bairro da Topolândia, com previsão de 180 casas.

Em Maresias, o local indicado para a obra é um terreno desapropriadas pela prefeitura na avenida Paquetá, a aproximadamente duas quadras da praia, para atender a população residente em áreas de risco de todo o município.

Preocupados com o crescimento desordenado do bairro, que teve aumento de 90% na população em 10 anos (São Sebastião teve aumento de 14%), os membros da Sociedade Amigos da Praia de Maresias (Somar) realizaram uma reunião, no dia 9 de janeiro, com moradores e a participação do ministro de Comunicação Social do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten, que possui casa em Maresias há quatro anos.

Em sua fala, o ministro criticou o problema de saneamento do bairro. "Não pode haver nuvens de incertezas em relação a questão de moradias, não pode entrar na água saindo diarreia. Tem que fazer dar certo", disse o ministro em relação a qualidade da água da praia.

Mar com água imprópria para banho, alagamentos  e falta de saneamento básico são problemas antigos na praia de Maresias. Um projeto da Sabesp anunciado em março de 2018 pretende atingir 70% de cobertura em saneamento básico em três anos, mas ainda não foi iniciado. 

Segundo presidente da Somar, Eliseu Arantes, a falta de saneamento básico, o crescimento desordenado, carência de serviços e falta de emprego serão prejudiciais à obra. "Ninguém é contra a construção. Nós queremos crescimento organizado e que o bem estar prevaleça. Queremos saber quem são as pessoas que serão atendidas", disse durante a reunião.

O morador Cassio Murilo Furtado fez um apelo: "Não podemos deixar que aconteça algo dessa grandeza. Tenho quatro filhos e o que nós temos hoje no nosso bairro não dá para nós", desabafou.

Entre as questões levantadas na reunião estão dúvidas quanto ao moradores contemplados no conjunto habitacional. A maioria concorda que as unidades sejam destinadas a moradores de Maresias e que as unidades sejam entregues com saneamento básico já implantado.

Segundo uma das diretoras da Somar, Marina Veltman, a rua indicada também não é apropriado, pois fica a mais de 3 km de onde se encontram as famílias em risco. "O local indicado pela prefeitura é longe do sertão, onde hoje existem essas famílias. Debate-se que existem áreas no sertão que poderiam comportar essas famílias, áreas que sofreriam menos desvalorização imobiliárias, porque já são áreas mais populares", explicou.

Após a apresentação de todos os questionamento, o ministro Fabio Wajngarten se propôs a buscar, em Brasília, alguém que responda as perguntas da população.

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