Os mais de 260 cavalos da Polícia Montada praticam esportes e recebem tratamento especializado; unidade completará 131 anos este ano
O Dia Nacional da Cavalaria é comemorado nesta quarta-feira (10). A data, além de ser uma homenagem a Manoel Luíz Osório, considerado o Patrono da Arma de Cavalaria do Exército Brasileiro, que se dedicou à carreira militar entre 1824 a 1876, também remonta ao início do regimento da Cavalaria no país e à importância do policiamento montado.
Em São Paulo, a modalidade é utilizada com pioneirismo, responsabilidade e eficiência. A Polícia Militar, por exemplo, conta com uma unidade da Cavalaria que possui 16 destacamentos distribuídos entre capital, Grande São Paulo e interior. A sede fica no bairro da Luz, no Regimento de Polícia Montada 9 de Julho (RPMon), que completará 131 anos este ano.
Para poder realizar este tipo de patrulhamento, os 261 cavalos são monitorados 24 horas por dia e recebem tratamento especializado, diferentemente dos que são criados em áreas rurais. Além de praticarem esportes e terem os melhores nutrientes como ração, grama e água à vontade, seu tempo de trabalho também é controlado.
“O cavalo da PM pode trabalhar, no máximo, 6 horas por dia. Depois desse tempo, ele tem que estar no quartel se alimentando e descansando. Em uma área rural não há esse controle”, informa o tenente Francisco, subcomandante do 1º Esquadrão do RPMon.
A principal função da cavalaria é manter a ordem pública por meio do controle de multidão. Neste sentido, os cavalos acompanham policiais em grandes eventos, como shows, jogos de futebol, manifestações e carnaval, entre outros. “O cavalo é um animal imponente. Ele impõe respeito no local onde a ordem é quebrada”, comenta o tenente.
Outra atividade desempenhada pelos equinos são as sessões de equoterapia, método terapêutico e educacional que usa o movimento do cavalo para estimular o desenvolvimento neuropsicomotor de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais. “Já teve casos aqui que a pessoa estava em cadeira de rodas e hoje consegue ser independente e viver sozinha”, conta o comandante, sobre sessões que já presenciou.
As aulas de equoterapia são gratuitas e contam com uma equipe de profissionais como psicólogos e fisioterapeutas. Para participar, basta o paciente ser aprovado pela junta médica do regimento.
Uma equipe composta por enfermeiros, veterinários e ferradores é responsável pelos cuidados do animal. Eles realizam todos os procedimentos para garantir não só as condições físicas do cavalo, mas também seu bem-estar.
O Cabo Alcântara, por exemplo, alimenta os cavalos há 28 anos. Com a intenção de fazer parte do Batalhão de Choque, ele jamais imaginou ir para a cavalaria quando foi ao quartel pela primeira vez.
“Aqui eu fui aprendendo a gostar de cavalos. A partir do momento que você começa a conhecer os animais, eles te conhecem também, e a gente acaba tendo essa troca muito interessante. É uma relação basicamente de amor”, comenta.
Já o Cabo Jason tem 20 anos na função de ferrador, responsável por cuidar das ferraduras dos equinos. Apesar de gostar de cavalos desde a infância, trabalhar há muito tempo na função fez com que ele tivesse ainda mais afinidade com os animais. “Quando o cavalo chega aqui, só pelo olhar a gente já sabe se está de bom ou mau humor.”
Quem tiver interesse em conhecer o trabalho dos policiais militares com a cavalaria pode fazer uma visita ao local. O Regimento de Polícia Montada 9 de Julho funciona diariamente, em horário comercial, na rua Jorge Miranda, nº 238.
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