Saiba como são feitas as classificações entre águas próprias e impróprias no litoral de SP e os riscos que você corre ao tomar banho de mar em águas impróprias
Você já deve ter ouvido falar em uma praia própria ou imprópria para banho. Mas você já parou para pensar em como é feita essa medição e por que ela é importante?
No estado de São Paulo, essa medição é feita pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) que, além das praias, também monitora a qualidade das águas dos rios e represas, do ar e do solo.
De acordo com a bióloga Claudia Lamparelli, gerente de águas litorâneas da Cetesb, o principal objetivo da medição da qualidade das águas do mar é a proteção da saúde pública.
“O banho de mar é muito importante em termos turísticos e para a população costeira. E é importante que a população frequente locais que não coloque em risco a saúde dela. Então, o banho de mar, ele pode oferecer risco à saúde, com relação ao que a gente chama de doenças de veiculação hídrica. São doenças transmitidas pela água”, afirmou a bióloga em entrevista ao Portal Costa Norte nesta sexta-feira (27).
Segundo a gerente de águas litorâneas, a doença mais comum em águas impróprias para banho é a gastroenterite, uma inflamação bacteriana no tubo intestinal. “Não é uma doença séria em termos de efeito, mas ela pode causar dor de estômago, diarreia, vômito. A hepatite A também pode ser transmitida [pelo banho de mar em águas impróprias], mas aí já não é tão comum”, esclarece a bióloga.
Para as medições da qualidade das águas, feitas semanalmente, são colhidas e analisadas amostras das águas de praia por praia. E é muita praia. A faixa do litoral paulista banhada pelo Atlântico tem mais de 700 km de extensão. Dessa extensão, 60% são praias, isto é, são mais 420 km de areia e mar.
Na análise da Cetesb, são medidos os volumes de bactérias fecais nas amostras de água retiradas de 170 praias paulistas. Depois da análise, as praias são classificadas em relação à balneabilidade, ou seja, a capacidade que as praias têm de possibilitar banho e atividades recreativas de contato com a água. A classificação é dividida em duas categorias: praias próprias e impróprias.
As praias próprias para banho, por sua vez, são divididas em três níveis: excelente, muito boa e satisfatória. Quanto menos bactérias na água, melhor é a classificação da praia. Jà o banho nas águas classificadas como impróprias não é recomendado.
“O que que a gente está dizendo quando falamos que a praia está imprópria? É que o risco de adquirir essa doença é muito alto, então não vale a pena tomar banho de mar nessa água, você escolhe outra", conclui a a bióloga.
A classificação das praias é atualizada semanalmente em um mapa interativo da própria Cetesb. Você pode conferi-lo sempre que for à praia.
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