A Agência de Saúde da Baixada Santista anunciou segunda-feira (26), em Bertioga, a volta da Cross (Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde) para a sede do DRS-IV (Departamento Regional de Saúde), em Santos. A definição foi comunicada pela equipe do diretor do Instituto de Infectologia do Hospital Emílio Ribas e representante do Estado, David Uip. O retorno do serviço, cuja data de funcionamento deve ser decidida até o início do mês que vem, foi uma reivindicação feita no começo do ano pelo secretário de Saúde Pública de Praia Grande, Adriano Springmann Bechara. A novidade agradou todos os secretários municipais de Saúde que participaram da reunião, realizada na prefeitura de Bertioga. Na ocasião, o médico Uip comemorou o encerramento do ciclo de encontros com as prefeituras da Baixada para discussão dos problemas enfrentados pelos municípios da região. Uip também falou dos investimentos feitos pelo Estado. Segundo ele, foram R$ 130 milhões para o setor. “Um dos impasses resolvidos foi o custeio de mais leitos para o Hospital Irmã Dulce, incluindo a alta complexidade”, disse.
Abandono Ao falar das dificuldades enfrentadas pela pasta estadual da Saúde, o representante do Estado na Agência de Saúde reconheceu que a Baixada Santista ficou há muitos anos com sérias pendências no setor e que tiveram de ser resolvidas com brevidade. “Foram muitos anos de abandono, reconhecemos, e agora que conseguimos estas realizações, certamente outras virão. Por isso vamos ter que integrar nossas ações, porque logo essas conquistas já serão insuficientes por conta de novas demandas que estão por vir”, alertou o médico.
Necessidades Dentre as novas necessidades da região foram mencionadas a falta de infraestrutura dos municípios para acompanhar o desenvolvimento e o esperado crescimento populacional com o advento do pré-sal, além da Copa do Mundo. A malha viária e falta de estratégia para escoamento de ambulâncias, entre a Polícia Rodoviária, Bombeiros, Ecovias e DER foram algumas das preocupações abordadas.
Sem planos Para a médica especializada em Emergência Clínica, Maria Cecília Damasceno, o Litoral Paulista não tem planos para ocorrências de desastres. Quando se dirigia ao encontro em Bertioga, se deparou com problemas para o trânsito de uma viatura dos Bombeiros na rodovia por causa da neblina. “Ao descer a Imigrantes confirmamos que não há estratégia alguma para situações críticas”, afirmou
Classe médica A discussão sobre uma política de cargos e salários para a classe médica da Baixada, para uma melhor remuneração, com a transferência de gestão para o Estado, com participação dos municípios, foi outro assunto mencionado. A medida viria solucionar problemas de falta de médicos e atrair mais profissionais para a região.
Próximas reuniões Na próxima terça-feira (04), os secretários municipais de Saúde se reúnem na DRS para decidir as regras da Cross e as adaptações que os municípios devem fazer para o novo sistema. Já no dia 21, às 10h, o encontro será na capital, no Instituto de Psiquiatria de SP. Além de contar com a participação do secretário de Estado da Saúde, Giovanni Cerri, e do médico psiquiatra pela Faculdade de Medicina da USP, Artur Guerra, a reunião deverá ter a presença do governador Geraldo Alckmin (PSDB). No evento, serão debatidas ações do Estado para a área da geriatria e para os problemas de álcool e drogas.
Presenças O evento em Bertioga reuniu, além de secretários municipais da Saúde dos 9 municípios, o prefeito local, Mauro Orlandini (DEM), e a de Peruíbe, Milena Bargieri (PSB).
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