Bertioga Colonial Edição 1355 - Hans Staden e Bertioga

Costa Norte
Publicado em 02/10/2015, às 08h06 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h44

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*Foto: Pedro Rezende

Hans Staden foi um aventureiro alemão nascido em Homberg, na Alemanha, por volta de 1520. Ao se tornar jovem, aprendeu a profissão de artilheiro de canhão. Por ser de espírito irrequieto e aventureiro , viajou duas vezes para a América, em navios portugueses e espanhóis. A primeira foi para Pernambuco, e, ali, aprendeu um pouco do português. Após algum tempo voltou para a Europa.

Em 1549, fez a segunda viagem rumo ao rio da Prata, num navio espanhol, pois espalhou-se na Europa que naquela região havia muita prata... Certa vez, o navio parou na atual ilha de  Florianópolis, e ele resolveu pegar carona numa embarcação que seguia para São Vicente.   Nessa vigem, exatamente nas costas de Itanhaém, o navio naufragou e ele e mais alguns companheiros se salvaram nadando  agarrados a taboas. Lá receberam alimentação e pousada, e, depois de alguns dias, ele partiu para São Vicente por terra.

Lá chegando, já foi falando que era artilheiro de canhão e logo foi contratado para comandar o Forte de São Felipe, situado no outro lado de Bertioga, que tinha o forte São Tiago.  Ouvia os índios e portugueses dizerem Buriquioca, mas entendia Brikioka.

Hans Staden passou a defender aquele forte, auxiliado por um índio carijó, até que certo dia ele foi capturado pelos tamoios. O carijó não foi capturado porque era mais esperto, e fugiu. Dizem que ele só não foi morto rapidamente porque foi a primeira vez que os tamoios estavam vendo um “português” loiro  e de cabelos e barba cor do ouro, ou itajubá, como eles chamavam (ita= pedra ; jubá = amarelo).

Para concluir, ele ficou prisioneiro por nove meses na atual Ubatuba, até que um navio francês veio resgatá-lo e o levou para a Europa. Lá ele escreveu um belíssimo livro denominado, no Brasil,  Duas Viagens ao Brasil, contando suas aventuras passadas na atuais  Itanhaém, Guarujá, Bertioga e Ubatuba.

Monteiro Lobato, certa vez, disse: “Este livro devia entrar em todas as escolas, pois nenhum dará melhor aos alunos, a sensação da terra que foi o Brasil em seus primórdios”.

Na próxima edição, nova história

 © José Carlos Só – historiador e escritor

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