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Audiência pública debate transposição do Rio Itapanhaú em Bertioga

Deputado Alencar (PT) presidiu o debate com cerca de 400 pessoas no Espaço Cidadão-Centro

Marina Aguiar
Publicado em 27/03/2018, às 15h01 - Atualizado em 23/08/2020, às 16h38

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400 pessoas lotaram o Espaço Cidadão - Centro na noite de segunda-feira - JCN
400 pessoas lotaram o Espaço Cidadão - Centro na noite de segunda-feira - JCN

Cerca de 400 pessoas lotaram o Espaço Cidadão no Centro de Bertioga na noite de segunda-feira, 26, durante audiência pública sobre a transposição da bacia do rio Itapanhaú para o Sistema Alto Tietê, mobilizada pelo Movimento Salve o Rio Itapanhaú. O encontro reuniu lideranças, movimentos e população contrários ao projeto encabeçado pelo governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin.

Membro do movimento, o historiador Cadu de Castro ressaltou a audiência como uma das etapas de  mobilização do grupo. "Desde janeiro, quando realizamos a manifestação na rodovia Rio-Santos, vínhamos conversando com deputados da Alesp [Assembleia legislativa do Estado de São Paulo], por intermédio de assessores, para a realização desta audiência. Definimos em março por conta do Dia Mundial da Água", disse Castro.

O deputado estadual Alencar Santana (PT) presidiu a mesa da audiência ao lado do vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos da Pessoa Humana, Wenderson Gasparotto; o assessor do deputado Luiz Fernando (PT), Manoel dos Santos Martins "Maneco"; os membros do movimento e biólogos, Camila Mikie e Rafael Roberto cacique da Terra Indígena Ribeirão Silveira, Adolfo Timótio; vereadora de Bertioga, Valéria Bento (PMDB); vereador de Mogi das Cruzes, Jorge Valverde (PT); e secretário de Meio Ambiente de Bertioga, Marco Antonio de Godoi.

Godoi reafirmou a posição da prefeitura contra a obra. "Nós tivemos acesso ao processo de licenciamento e constatamos algumas falhas. Isso nos preocupa em relação ao tamanho da obra, o impacto que ela poder gerar, por conta da diminuição da vazão para o Rio Itapanhaú".

Contrário à falta de diálogo com  a população, o deputado Alencar criticou a ausência de representantes da Sabesp e Cetesb. "Convidamos os representantes do governo do estado, mas infelizmente o governo não quer diálogo, eles estão fugindo desse debate", lamentou. O deputado esclareceu que o debate é uma forma de sensibilizar o governo. "Que eles chamem a cidade de Bertioga para fazer um diálogo a respeito disso e suspenda qualquer início para se resolver essas dúvidas sobre a transposição".

Em sessão no Plenário da Câmara dos Deputados, o deputado federal Nilto Tatto manifestou-se contra a obra. "Se acontecer essa transposição vai ter um impacto muito grande pra todos aqueles manguezais, importantes pra tantas espécies da biodiversidade marítima, e para os pescadores da região, que vivem do pescado ou do turismo da pesca", alegou.

Durante a audiência, os participantes sugeriram que seja realizado uma segunda audiência na Alesp, em São Paulo, com a presença de outros deputados estaduais.

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