Associação de Transporte Alternativo realiza manifestação em Bertioga

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Publicado em 17/04/2015, às 11h22 - Atualizado em 23/08/2020, às 14h34

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Manifestantes cobram legalização da atividade no município

Por Marina Aguiar

Cerca de 50 carros que fazem transporte alternativo em Bertioga participaram de uma manifestação em prol da legalização da atividade, na quinta-feira, 16. Os motoristas fizeram um ‘buzinaço’ nas avenidas 19 de Maio e Anchieta. Todo o trajeto foi feito pelo lado direito das faixas de rolamento, no qual é permitido trafegar em baixa velocidade. O grupo seguiu para a rua Luiz Pereira de Campos. Lá pararam em frente ao paço municipal e protestaram. A guarda civil municipal foi chamada e, os portões permaneceram fechados enquanto os motoristas estavam no local.

De acordo com o presidente da Associação de Transporte Alternativo (Atab), Rafael Aparecido Emídio, o protesto objetivou chamar a atenção das autoridades e do povo. Ele disse: “Nós estamos reivindicando nosso direito e o da população de escolher como querem se transportar dentro da nossa cidade”. Emídio relembrou as diversas manifestações realizadas ao longo dos últimos anos, e afirmou que não obteve respaldo por parte da prefeitura.

As multas para transporte clandestino estão previstas no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e podem chegar a R$2.600,00. Idasil Rodrigues de Carvalho reclama das multas que recebe em decorrência do trabalho ilegal. “A gente recebe multa direto, alegando transporte clandestino. Tenho um amigo que recebeu 39 multas no total. Para que isso? Só queremos trabalhar”, desabafou o motorista. A também motorista Veronica Santos Lopes da Silva já recebeu cerca de 20 multas. “Eles nos tratam como criminosos, só queremos o direito de trabalhar”.

O transporte alternativo divide opiniões em Bertioga. Algumas pessoas, como Elenita Maria Moraes, aprovam a segunda opção e já chegaram a utilizar o transporte quando os ônibus atrasam ou passam muito lotados. Ela explicou: “Eu moro no bairro Caruara [Santos] e pra lá não tem muitos horários de ônibus, assim acabo utilizando o transporte alternativo. Acho bom ter uma segunda opção”.

Entretanto, de acordo com o diretor de Trânsito de Bertioga Nelson Jorge de Castro, existem reclamações de pessoas que se sentiram assediadas pelos motoristas da Atab, para utilizar o transporte. “Têm pessoas que não concordam com isso e nós fazemos o nosso papel autuando”, afirmou Castro.

Em Bertioga, a Viação Bertioga possui contrato de exclusividade para as linhas municipais com um valor de repasse da prefeitura estimado em R$ 57,7 milhões. O contrato foi assinado em 3 de outubro de 2008 e vence em 15 anos, ou seja, em 2023.

O diretor de Trânsito afirmou que se reunirá com os manifestantes para encontrar uma saída para o problema. Disse ele: “A ideia não é prejudicar ninguém e, sim, ter um transporte de qualidade e buscar um bom termo para ambos os lados”. Castro também sugeriu a criação de outro tipo de atividade regular, para que os motoristas possam exercer uma atividade profissional. Ele frisou que tudo vai depender dos poderes Legislativo e Executivo.

Relembre

A associação realizou manifestações em novembro de 2013, quando teve a ajuda da vereadora Valéria Bento (PMDB), na tentativa de legalizar o transporte. Na época, a parlamentar apresentou o Projeto de Lei (PL) n° 55/2013, que pedia a regulamentação do transporte alternativo. Ela chegou a pedir a tramitação do PL em caráter de urgência, mas foi vetado pela maioria dos vereadores, que alegou falta de tempo para analisar o projeto. Desde então, o projeto ficou esquecido na Câmara Municipal.

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