Por Mayumi Kitamura
O desenvolvimento do setor náutico deve ser alavancado com a colaboração de um apoiador de experiência reconhecida. O navegador brasileiro Amyr Klink, proprietário da empresa Amyr Klink Planejamento e Pesquisa (AKPP), em visita a Bertioga, na segunda-feira, 13, apresentou propostas e avaliou o potencial náutico do município. Klink, que mantém negócios na área de planejamento, pesquisa e projetos especiais, ficará responsável pelo estudo e intermediará a instalação de equipamentos do setor com o mínimo de impacto ambiental.
O prefeito Mauro Orlandini e a secretária de Meio Ambiente Marisa Roitman sinalizaram positivamente para a proposta. Orlandini disse: “O Amyr tem uma característica muito própria, da questão da preservação ambiental, da sustentabilidade, então ele entende que quanto menos interferir, melhor. E os flutuantes têm esta característica”.
Flutuantes, no caso, são ilhas ou píeres, e a ideia é instalá-los em locais nos quais os barcos possam atracar e a movimentação dos visitantes não influencie negativamente no meio ambiente. As tratativas para a implantação deste projeto prosseguirão, e um novo encontro entre a prefeitura e o navegador já está agendada, segundo Marisa Roitman. Os equipamentos náuticos seriam implantados por outras empresas, o que é possível, conforme ressaltou Orlandini, por meio de uma Parceria Público-Privada (PPP), medida legalmente autorizada no município.
A singularidade náutica do município, que deve atrair os investidores, foi destacada por Amyr Klink: “Essa região aqui, antes da (rodovia) Anchieta-Imigrantes, era o maior complexo de canais navegáveis; infelizmente, os nossos governadores, no passado, não entenderam esta vocação náutica e quem sobrou, de maneira privilegiada nesta história, foi Bertioga, que tem um conjunto navegável absolutamente único”.
Ele explica que este fator é ocasionado não somente pelas praias, mas por seus rios, como o Itapanhaú. Todos eles formariam um conjunto fluvial de alto potencial náutico, que pode se destacar em todo o continente. “Existe uma crise hoje no Brasil de falta de lugares interessantes para o turismo náutico se desenvolver, e eu acho que este pode ser um lugar de referência na América do Sul, não somente no Brasil”.
A proposta é instalar ilhas flutuantes que ofereçam uma estrutura atrativa para os navegadores. Nestes locais, conforme detalhou Klink, poderiam ser implantadas ferramentas de desenvolvimento do setor, como uma escolinha de vela ou até mesmo de maior comodidade para quem queira ficar, como restaurante, bar ou até mesmo um posto de saúde. Ele destaca que, atualmente, não existe um local para os barcos ancorarem, como é normal em outras partes do mundo em regiões semelhantes, em flutuantes que obedeçam a norma técnica. Disse ele: “Então, a gente está tentando convencer a prefeitura a adotar um plano de gestão que otimize, porque é uma atividade que tem um impacto social e econômico muito forte; uma parte importante do PIB brasileiro passa na frente de Bertioga e não deixa um centavo aqui. O Brasil é muito carente nesta área de instalações náuticas corretas, dentro das norma. Quando eu comecei em Paraty, há 15 anos, todo mundo dava risada: ‘magina, uma marina flutuante, restaurante flutuante, o que é isso?’. Hoje há 2.200 barcos parados em flutuantes, com mais de 15 mil empregos diretos nessa área”.
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