Projeto desenvolvido pela Ecovias e estado permitirá circulação de caminhões e ônibus, aumentando em 145% a capacidade para esses tipos de veículo
O governo de São Paulo anunciou, nesta sexta-feira (10), uma proposta para o traçado da terceira pista da rodovia dos Imigrantes. A via faz parte do Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), uma das principais ligações entre o planalto e a Baixada Santista. A autorização para os estudos foi concedida pela Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) e o projeto foi desenvolvido pela concessionária Ecovias, em conjunto com o estado.
De acordo com o governo paulista, o projeto prevê uma nova pista no trecho de serra, com 21,5 quilômetros de extensão, composta prioritariamente por túneis, que somam 17 quilômetros (80% de todo trajeto), além de 4 quilômetros de viadutos. Um dos túneis terá por volta de 6 quilômetros de extensão, tornando-se a maior estrutura desse tipo no Brasil. A nova pista terá duas faixas de rolamento e um acostamento com possibilidade de ser revertido em faixa de tráfego.
O governador Tarcísio de Freitas comentou sobre o projeto. "Com a nova terceira pista da Imigrantes, estamos dando um passo estratégico para o desenvolvimento logístico de São Paulo e do Brasil. Este projeto, que inclui o maior túnel do país, não só amplia em 25% a capacidade total do sistema, como mais do que dobra o acesso de caminhões ao porto de Santos. Além de fortalecer o turismo, a obra será essencial para acompanhar o crescimento previsto do maior porto do Brasil, garantindo mais fluidez e eficiência para o transporte de cargas e mais conforto para os motoristas que utilizam o sistema".
A estrutura da nova pista terá início no quilômetro 43 da rodovia dos Imigrantes (SP-160), o que permitirá o acesso pelo rodoanel Mário Covas (SP-021). Na Baixada, a conexão será no quilômetro 265 da rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), próximo ao polo industrial de Cubatão. Além disso, permitirá acesso ágil às margens direita e esquerda do porto de Santos. A capacidade do Sistema Anchieta-Imigrantes deve aumentar em 25% no total, e em 145%, para descida de veículos pesados. Com isso, o projeto atenderá a demanda de tráfego existente, além das necessidades futuras de aumento de fluxo na rodovia.
O secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, explicou um pouco mais sobre o projeto. “O Sistema Anchieta-Imigrantes recebe um grande fluxo de veículos diariamente e essa demanda cresce ao longo dos anos. Agora estamos dando mais um passo para que essa obra tão importante para o estado de São Paulo possa ser realizada. Estamos planejando ações estruturais de longo prazo para solucionar gargalos de mobilidade entre a Baixada Santista e o Planalto”.
Outro destaque é a inclinação média, de 4%, o que possibilitará tráfego seguro de veículos pesados. Túneis paralelos de emergência são mais um diferencial de segurança. Considerando os diversos cenários de tráfego, a pista poderá também ser revertida para operar no sentido da capital sempre que houver necessidade. Para reduzir os impactos ambientais, a construção prevê a utilização de estradas de serviço já existentes e poucos pontos de entrada de frentes de obras.
A escolha dos pontos de conexão – no trecho de planalto e na Baixada Santista – e do traçado levou em consideração parâmetros adotados nos maiores projetos de infraestrutura do país. Uma equipe multidisciplinar de especialistas da concessionária, consultores e construtoras, inclusive internacionais, foi responsável por avaliar as alternativas e escolher a que melhor se adequava a rigorosos critérios de engenharia, segurança viária e socioambiental.
Após o lançamento, a concessionária trabalha na elaboração do projeto funcional. Na sequência, serão produzidos os projetos básico e executivo, que trarão as diretrizes para a realização da obra, como características precisas e indicação de técnicas de construção das estruturas, prazo para a execução das obras e custo total do empreendimento. Em paralelo, estão sendo cumpridas as etapas necessárias para o processo de licenciamento ambiental, com previsão para ser concluída no primeiro semestre de 2026.
A autorização para o desenvolvimento do projeto foi concedida pela SPI em janeiro de 2024. O prazo para a elaboração dos materiais é de dois anos a partir da autorização, prorrogáveis por mais um. Serão elaborados estudos de tráfego e projetos funcional, básico e executivo, incluindo avaliações topográficas, sondagens e investigações geológicas e hidrogeológicas necessárias. Além disso, também deverão ser produzidos e aprovados estudos e relatório de impacto ambiental para deliberação dos órgãos competentes.
Com informações de governo de SP