O Palmeiras está muito próximo de contratar Abel Ferreira, técnico do PAOK, da Grécia.
A informação publicada pelo Goal nesta quarta-feira foi confirmada pela Gazeta Esportiva, inclusive sobre a aceitação dos gregos em reduzir a multa rescisória de 7 milhões de euros (R$ 47,1 milhões) para 600 mil euros (R$ 4 milhões), como publicou o Blog do PVC.
Essa discrepância entre o valor imposto no contrato e a quantia que está sendo tratada agora entre as diretorias pegou muita gente de surpresa e causou estranheza, mas diz muito sobre o momento de Abel Ferreira no PAOK.
Gregos comemoram
A reportagem da Gazeta apurou que a manifestação palmeirense caiu como uma luva para os gregos, que procuravam uma maneira de se desvincular de Abel Ferreira há alguns meses.
Internamente, o clima é de comemoração pela provável saída do técnico rumo ao Brasil.
Valores
Abel Ferreira recebe 1 milhão de euros (R$ 6,7 milhões) por ano só de salário no PAOK. Isso significa que o técnico deve ganhar, aproximadamente, R$ 560 mil por mês, caso feche com o Verdão. Nos bastidores, pessoas envolvidas no negócio não acreditam que Abel aceitaria sair para receber menos.
Contrato evita demissão
No PAOK, o vínculo do técnico vai até 2022. A multa elevada e o período ainda distante para o vencimento do contrato seguram o português no cargo.
A cúpula do PAOK chegou a tentar um acordo com Abel, mas o treinador não aceitou as condições e fez questão de receber o que lhe seria de direito no caso de ser demitido. O clube, então, recuou.
Perda do vestiário
O grande problema de Abel Ferreira se dá com o elenco. O diagnóstico é de uma relação desgastada em pouco tempo, com jogadores insatisfeitos, que já evitam contato com o comandante.
A imprensa grega também já publicou artigos sobre o temperamento forte e, de certa maneira, arrogante do técnico. "Ele se acha o Mourinho, mas é fraco", disse um jornalista grego à Gazeta.
Nesta temporada, os quatro brasileiros que costumavam jogar com frequência no time foram barrados por Abel.
Contrato do português Abel Ferreira com o PAOK vai até 2022 (Foto: Divulgação/PAOK)
Resultados ruins
No campo, a situação também não é das melhores. O PAOK é apenas o sexto colocado no campeonato local e acabou eliminado pelo Krasnodar, após duas derrotas, na terceira fase da Liga dos Campeões.
A classificação em cima do Benfica de Jorge Jesus, em jogo único, na primeira fase e logo no início da temporada, foi interpretada como uma obra do acaso na Grécia.
Herança jogada fora
Muito da pressão em cima de Abel Ferreira no PAOK acontece também pelo fato de ele ter encontrado um time montado e campeão, invicto, depois de 34 anos. A herança deixada pelo romeno Razvan Lucescu rapidamente foi descaracterizada e o time perdeu a sequência positiva.
Intermediário
Quem está intermediando a negociação entre as diretorias de PAOK e Palmeiras é o filho de Abel Ferreira, responsável direto também pela contratação de Ricardo Sá Pinto pelo Vasco, outro técnico português.
Opinião de agente do PAOK
A Gazeta Esportiva procurou pelo agente brasileiro Leonardo Cornacini, que trabalha na Europa há muitos anos e participou de recentes movimentos do PAOK no mercado do futebol.
O empresário deu mais detalhes sobre o técnico que Palmeiras quer para o lugar deixado por Vanderlei Luxemburgo.
"É um técnico completamente oposto daquilo que o Palmeiras está precisando. O Palmeiras precisa de um nome experiente, com força, com bagagem e estão trazendo um técnico jovem, sem muita experiência. A experiência dele hoje foi uma pelo Braga e uma pelo PAOk, nenhuma das duas foi uma passagem interessante. Então, se trata de um técnico em que a torcida vai ter de ter paciência".
Cornacini acredita que, de fato, a transferência de Abel Ferreira pode atender o anseio das duas equipes.
"Ele tinha um contrato muito grande e a expectativa em cima dele acabou não acontecendo. Eu acredito que o PAOK está vendo isso como uma alternativa também, vai ser bom para as duas partes".
Ainda segundo o agente, os problemas de relacionamento de Abel Ferreira com o elenco do PAOK estavam ligados aos ditos medalhões do grupo.
"Os mais experientes não tiveram tantas oportunidades com ele. Por exemplo, o Léo Matos, que era um dos principais, o Maurício, que era titular com Lucescu, o Léo Jabá, que foi um dos melhores do campeonato do título, desapareceu. O Douglas ficou encostado. Enfim, os brasileiros não tiveram tantas oportunidades. Com os mais velhos, o relacionamento não foi bom. Acho que a única coisa positiva dele foi dar oportunidade aos jogadores da base".
Para encerrar, Cornacini citou os pontos positivos detectados neste período do português no comando do clube grego.
"Ele é jovem, então vai ter umas ideias mais atualizadas, ele acompanha essa escola de técnicos portugueses. Não cuido muito do campo, mas o que a gente vê é que do Lucesco para o Abel, retrocedeu muito".
Comentários