Mais uma vez realista quanto ao cenário no Corinthians, Vagner Mancini avisou, em entrevista coletiva neste sábado, que dificilmente o time conseguirá repetir a atuação vista contra o São Paulo, na última rodada do Campeonato Brasileiro, que agradou a tanta gente.
"Certamente, a gente vai ver um outro jogo. Contra o São Paulo, foi contra um time líder, que nos atacou, e talvez a gente tenha montado uma estratégia que deu certo e se a gente conseguiu ter aproveitado disso para vencer. Contra o Goiás é diferente, uma equipe que vai baixar as linhas. Isso provoca erros. Espero, sinceramente, na coletiva após o jogo, falar de mais uma grande atuação, mas não estou pensando nisso, sou muito realista, acho que a gente vai ter dificuldade, porque o jogo requer uma equipe que arrisque, que batalhe, que não desanime, mas o jogo técnico, talvez, seja afetado e a gente assista uma vitória, talvez, desenhada de outra forma. O Goiás melhorou no campeonato, conseguiu nas ultimas cinco rodadas duas vitórias, temos de respeitar e tentar fazer o melhor. Esse melhor, em termo plásticos, talvez seja diferente do que foi feito contra o São Paulo".
O desafio contra o Goiás está marcado para às 20 horas da próxima segunda-feira, na Neo Química Arena, e o técnico ainda não está certo de quem assumirá o lugar de Cantillo, machucado.
"Ainda não tenho a resposta, estou usando a semana para achar alguém que possa me dar oq ue a gente vai precisar na partida. Tenho outros volantes ou utilizar outro jogador e mudar a forma de jogar, se entendermos que o Goiás vai jogar com uma linha de cinco atrás. Estamos vendo, pode ser que a gente possa arriscar um pouco mais, ter mais a bola no pé, e ter um jogador mais de armação e menos de marcação".
Em compensação, o comandante não fez nenhum mistério sobre o retorno de Jô, que cumpriu suspensão justamente no Majestoso.
"Não adianta pedir para o Jô o que ele não consegue dar. O forte do Jô nunca foi a mobilidade, a volta rápida. Ele é de uma função específica, ele é de área, faz o pivô. A estratégia contra o Goiás é outra, diferente do que foi contra o São Paulo. A gente vai ter de ter um jogador de área, e aí casa melhor para o Jô, Entendo a pergunta, nenhum jogador é igual, e eu, como técnico, tenho de entender o que é mais interessante naquele momento, dentro da estratégia do jogo".
Ao todo, Mancini respondeu a 13 perguntas dos jornalistas após comandar o treinamento no CT Joaquim Grava. Abaixo, leia tudo que rolou, na íntegra:
Falta da torcida
"O fato de não termos a torcida no estádio realmente é uma perda significativa porque durante essas décadas, o Corinthians conta com esse 12º jogador. Há um impacto, mas temos tentando fazer com que não seja um peso nas partidas, mas faz falta, sim".
Organização e defesa
"É fundamental que a equipe mantenha a mesma disposição, organização que teve contra o São Paulo, são quatro jogos sem levar gol, é significativo, isso nos deixa sempre mais perto de vencer, é um jogo mais complicado, porque certamente vamos enfrentar uma equipe mais fechado, é um jogo de paciência, mais bola no pé, é entender o jogo, montar uma equipe bacana, eles estão mal, mas já melhoraram, temos respeito, mas queremos manter a boa fase e, com a vitória, sonhar um pouco mais".
Gabriel
"Talvez seja o jogador num grupo de quatro ou cinco que mais evoluiu na minha chegada. Eu acabei tirando o Gabriel na estreia, ele demorou a voltar, mas ele entendeu a forma como eu peço para os volantes terem agilidade na bola, melhorando essa quebra de linha, ele entendeu, evoluiu muito em termos táticos, mas não pode também achar que já está bom. Houve uma assimilação mais rápida do que foi proposto".
Cauê em 2021
"Não tenha dúvida. O Cauê é uma das peças que temos observados, assim como outras peças, a gente analisa tudo que está acontecendo na base, muitos frutos estão sendo colhidos, isso é importante, o Cauê está sendo observado, ele vem bem, foi para a seleção, ele e outros atletas estão nos planos para fazerem parte lá na frente. Não digo hoje, mas a tendência é que eles participem do elenco profissional no futuro".
Opção por deixar Jemerson fora
"Jemerson chegou no clube, ganhou rapidamente uma forma e condição de jogo dentro de um certo destaque, eu até faria a estreia dele naquela oportunidade (contra o Grêmio). Aí ele teve covid, ficou 15 dias afastado. Para tirar isso, numa reestruturação física, não é fácil. Agora que está retomando o caminho. Não esta na minha cabeça, a partir do momento que tenho o Bruno, o Marllon, não é o momento, tenho de ser justo, o Bruno vem muito bem e diante dessa dificuldade do Jemerson, tenho certeza que o próprio Jemerson está entendendo".
Jô com menos mobilidade
"Isso é uma questão de característica. Não adianta pedir para o Jô o que ele não consegue dar. O forte do Jô nunca foi a mobilidade, a volta rápida. Ele é de uma função específica, ele é de área, faz o pivô. A estratégia contra o Goiás é outra, diferente do que foi contra o São Paulo. A gente vai ter de ter um jogador de área, e aí casa melhor para o Jô, Entendo a pergunta, nenhum jogador é igual, e eu, como técnico, tenho de entender o que é mais interessante naquele momento, dentro da estratégia do jogo".
Boselli fora
"Eu já respondi sobre isso na última coletiva e mantenho. É uma questão de opção, simplesmente isso. Sei que o contrato dele termina agora no fim do ano, tenho 29 jogadores, se eu tiver que ficar falando sobre os 18 que não entram em campo, vou ficar falando de atletas. Uma hora tenho de responder do Jô, outra do Natel, do Luan, e acabo não falando do time, da evolução… Acho que a gente pode levar a coletiva para alguma coisa mais objetiva".
Atleta emprestados ao Sub-23
"Sem dúvida, acho até muito interessante quando o atleta pode jogar no sub-23, até pensamos em mandar mais atletas, é uma troca, é a instituição Corinthians, a gente quer que todo mundo ganhe, a gente quer que a base revele, chegue a títulos, e é importante para o jogador se manter em atividade. Nada melhor que o jogador jogar para a gente avaliar"
Substituto de Cantillo
"Ainda não tenho a resposta, estou usando a semana para achar alguém que possa me dar oq ue a gente vai precisar na partida. Tenho outros volantes ou utilizar outro jogador e mudar a forma de jogar, se entendermos que o Goiás vai jogar com uma linha de cinco atrás. Estamos vendo, pode ser que a gente possa arriscar um pouco mais, ter mais a bola no pé, e ter um jogador mais de armação e menos de marcação".
Tempo para treinar
"Eu avalio de uma forma positiva, porque uma coisa é ter tempo de trabalho e não saber o que fazer, outra coisa é conseguir ajustar, organizar a equipe, que é aquilo que te dá uma margem interessante para ver evolução. Tem de saber usar. Claro que esse tempo pega uma parte do ano novo, um ano difícil, estamos superando muita coisa no futebol e na vida, mas vamos emendar os campeonato Brasileiro e Paulista, talvez a gente tenha dois dias de folga aos atletas, mas também não dá para alongar muito isso, porque é importante que eles entendam que as férias forçadas foram lá atrás. Talvez seja uma intertemporada que outras equipes não vão ter, temos de saber aproveitar".
Discurso realista com os jogadores
"Acho que isso foi fundamental, porque tendo no dia-a-dia a realidade sendo mostrada, acaba de aproximando do que tem que ser feito. Não consigo vislumbrar nenhum cenário quando você passa uma margem irreal. O atleta é inteligente, o atleta saber o que é possível. Quando o time melhorou, começamos a abrir o leque de opção. Antes disso, eu não falava nada além do que tinha de ser falado, se não o cara acha difícil chegar à meta, leva ao desconforto. E na melhora tem que frear os mais empolgados, isso também faz parte, hoje eu falava que o gol do Otero fez a gente ganhar do São Paulo, não do Goiás. Essa forma direta que lido com eles tem ajudado no processo, tudo faz parte, gestão de pessoas, de treino…"
Expectativa criada após vencer o São Paulo
"Certamente, a gente vai ver um outro jogo. Contra o São Paulo, foi contra um time líder, que nos atacou, e talvez a gente tenha montado uma estratégia que deu certo e se a gente conseguiu ter aproveitado disso para vencer. Contra o Goiás é diferente, uma equipe que vai baixar as linhas. Isso provoca erros. Espero, sinceramente, na coletiva após o jogo, falar de mais uma grande atuação, mas não estou pensando nisso, sou muito realista, acho que a gente vai ter dificuldade, porque o jogo requer uma equipe que arrisque, que batalhe, que não desanime, mas o jogo técnico, talvez, seja afetado e a gente assista uma vitória, talvez, desenhada de outra forma. O Goiás melhorou no campeonato, conseguiu nas ultimas cinco rodadas duas vitórias, temos de respeitar e tentar fazer o melhor. Esse melhor, em termo plásticos, talvez seja diferente do que foi feito contra o São Paulo".
Desafio é acertar o ataque
"Não tenha dúvida. Acho que o sistema defensivo, até o meio campo, a equipe está bem ajustada, mesmo quando tenho de fazer a troca de jogadores, os sistema está bem ajustado, credito isso muito a chegada do Fábio Santos, deu uma estabilidade muito boa ao sistema. Agora, temos tentar encontrar o melhor ataque. Também é um caminho que pode levar tempo, não é do dia para noite. Com a parte defensiva você gera confiança a todos, o Corinthians tem ações, agora cabe ao atleta mostrar o que pode desempenhar em campo, e aquele que mostrar certamente ele vai ficar, como aconteceu na parte defensiva. Cada jogo é uma estratégia, mas o atleta que consegue participar de todas as estratégias larga na frente, cabe ao atleta".
Fonte: Gazeta EsportivaComentários