"Alemão" intensificou os treinos com o objetivo de surfar nas maiores ondas do mundo; surfista busca por patrocínio para arcar com custos da viagem
Estéfani Braz
Publicado em 09/08/2024, às 08h37 - Atualizado às 09h13
O surfe é um esporte que ganha cada vez mais destaque no cenário mundial, especialmente agora, que integra os Jogos Olímpicos e os novos adeptos procuram se aprimorar. No caso dos apaixonados por surfar grandes ondas brasileiras, os sonhos vão além. Este é o caso de Gladson Calarezi Dezen, conhecido como “Alemão de Maresias", entre os amigos.
Acostumado com as ondas de Maresias, em São Sebastião, no litoral norte, o surfista agora quer ir mais longe: surfar em Nazaré, Portugal, e, ainda, atuar como resgatista (tow-in) no local onde são registradas as maiores ondas.
Alemão se dedica ao surfe desde os dez anos de idade. Hoje, aos 42 anos, mora em São Paulo e concilia a vida em família com o trabalho de chaveiro e a prática do surfe. É formado em educação física e atua, também, como personal trainer, preparador físico e dá aulas de fortalecimento para a terceira idade.
A descoberta das ondas de Maresias ocorreu por meio de um amigo. O surfista buscava surfar ondas maiores, quando conheceu o local. Foi lá também que conheceu o tow-in, o surfe de reboque com jet ski, e percebeu os benefícios da modalidade. “Sempre que tinha as previsões das maiores ondas, nós íamos em busca de surfar elas; sempre surfamos na remada, quando lá, em Maresias, nos maiores mares, vimos que não teríamos condições de surfar na remada”.
Ele explicou que o tow-in o ajudou a surfar ondas muito maiores. Na modalidade, o surfista é colocado, pelo piloto parceiro, na melhor parte da onda. Quando há queda ou saída da onda, ocorre o resgate pelo parceiro com jet ski. Depois, o surfista é levado para o outside, onde começa a formação das ondas.
Para ir em busca da realização do sonho de estar em Nazaré, em Portugal, Alemão tem se dedicado a treinos intensos. O atleta se prepara tentando ficar o máximo de tempo possível dentro da água, para melhorar a performance, aprimorar a parte técnica, de segurança, pilotagem de jet ski e resgates.
Ele conseguiu a classificação para o campeonato da maior onda surfada no Brasil, o Gigantes do Brasil, organizado pelos Gigantes de Nazaré, que vale vaga para o campeonato Gigantes de Nazaré, em Portugal. “Passei por grandes nomes como Lucas Chumbo, Carlos Burle, Michelle Des Bouillons, Michaela Fregonese e pude chegar na semifinal. Esse campeonato me instigou e fiquei pensando nesse novo desafio de surfar as maiores ondas do mundo, na famosa praia do norte, em Nazaré, em Portugal”.
A preparação não envolve apenas a parte física, profissional e emocional. Os recursos para uma viagem como esta incluem os custos com equipamentos, como o jet ski, estadia, alimentação, vestuário, além das pranchas próprias para as características do local. O valor total estimado da viagem, no entanto, não foi informado.
Com um orçamento apertado, o personal trainer e chaveiro busca patrocínio. “Eu continuo firme, forte e focado nos treinos de preparo físico tanto fora da água, como nos treinos dentro da água, quando entra as boas, grandes e fortes ondulações, assim estando cada vez mais preparado para o dia que essa oportunidade chegar, junto com os novos colaboradores e ou novos patrocínios, para juntarmos forças e fazermos uma boa e forte parceria”.
A viagem ainda não tem data definida. Além da questão financeira, há a necessidade de aguardar a temporada das grandes ondas. Interessados em patrocinar o surfista podem entrar em contato no perfil oficial no Instagram.
Nazaré é uma vila litorânea, ao norte de Lisboa, em Portugal e conhecida por suas ondas gigantes, consideradas as maiores do mundo; elas podem chegar a 30 metros de altura, o equivalente a um prédio de dez andares.
A vila possui cerca de 15 mil habitantes e atrai muitos turistas e surfistas. O melhor período para quem deseja conhecer o espetáculo das grandes ondas são os meses de outubro a março, no período de outono/inverno, temporada na qual a população da cidade chega a dobrar.
Estéfani Braz
Formada em Comunicação Social na Faculdades Integradas Teresa D'Ávila