COPA 2022

Copa do Mundo: psicóloga explica o porquê de termos o hábito de torcer junto

Até quem não gosta de futebol costuma parar para torcer durante o Mundial. Mas afinal de contas, por que temos esse comportamento de "manada" frente a alguns acontecimentos?

Da redação
Publicado em 28/10/2022, às 14h40 - Atualizado às 15h04

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Segundo um estudo, 62% dos brasileiros vão torcer ou acompanhar os jogos da seleção brasileira Copa do Mundo: psicóloga explica o porquê temos o hábito de torcer junto Amigos assistindo e vibrando com jogo de futebol na sala de casa - Freepik
Segundo um estudo, 62% dos brasileiros vão torcer ou acompanhar os jogos da seleção brasileira Copa do Mundo: psicóloga explica o porquê temos o hábito de torcer junto Amigos assistindo e vibrando com jogo de futebol na sala de casa - Freepik

A cada quatro anos a cena se repete: amigos, familiares e colegas de trabalho - até mesmo aqueles que não gostam muito de futebol - se reúnem para torcer durante a Copa do Mundo de futebol.

Segundo o estudo “Quem Torce Também Joga”, da agência de pesquisa de comportamento Apoema, 62% dos brasileiros vão torcer ou acompanhar os jogos da seleção brasileira, enquanto 71% dizem acreditar que nosso país será o campeão da competição. Mas afinal de contas, por que temos a tendência a seguir o comportamento de “manada” e torcer também?

A psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Angelita Devequi Rodrigues Traldi, explica que o Brasil tem aspectos peculiares quando se trata da competição e de futebol.

“Somos historicamente reconhecidos no mundo como o país do futebol e, por muito tempo - e mesmo ainda hoje - é muito forte o sonho de muitos meninos brasileiros em ascender socialmente sendo jogadores do esporte. Além disso, o esporte é associado em nossa cultura como uma "superação", um momento de união em que todos estão juntos por um mesmo objetivo. Como o ser humano é essencialmente sociável, a competição acaba sendo, na prática, uma catarse coletiva”, explica a psicóloga.

Mas não é apenas durante o campeonato mundial de futebol que esse comportamento se repete, em maior ou menor intensidade. Outros eventos importantes como as Olimpíadas e datas comemorativas como o Carnaval, Páscoa, Natal, Ano-Novo e até datas comerciais como a Black Friday movimentam as pessoas.

Em comum, todas elas têm características como atividades e rotinas realizadas coletivamente, além de aspectos emocionais. São datas que costumam nos fazer relembrar momentos e pessoas importantes do passado: um parente que gostava de acompanhar os jogos, um amigo que decorava a casa para torcer, reuniões em família, entre outras situações que podem despertar o desejo de comemorar em grupos com os quais temos afinidades.

O comportamento de torcer pode ser comparado, ainda, à tendência que temos em assistir filmes e séries e ler livros que amigos e conhecidos também estão consumindo, por exemplo. “É uma forma de pertencer a um grupo social. Nesse sentido, os álbuns de figurinhas do torneio são um exemplo de atividade coletiva que aproxima e une as pessoas em grupos de pertencimento”, afirma a psicóloga.

A competição deste ano acontece no Catar e tem início em 20 de novembro. O país árabe tem pouco mais de 2,8 milhões de habitantes e fica localizado no continente asiático. O torneio terá investimentos de cerca de US$ 200 bilhões, para construção de estádios, centros de treinamento e obras de infraestrutura como estações de metrô, tudo para receber estimados 1,2 milhão de turistas vindos de diversos países para assistir os jogos.

O evento deve ainda movimentar - além das redes dos campos de futebol - a economia brasileira: a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima que os setores de comércio e serviços terão um incremento de R$ 1,48 bilhão em vendas, 7,9% a mais em comparação com a última competição, realizada em 2018.

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