Após atropelar e matar pai de família, jogador é liberado e assina com novo clube

O jogador de futebol Renan Victor da Silva de 20 anos, que estava sem clube após ter os contratos com Palmeiras e Red Bull Bragantino rescindidos devido ao atropelamento e morte de um pai de família em Bragança Paulista (SP), acertou nesta quinta-feira (25) com o clube Shabab Al Ahli Club dos Emirados Árabes Unidos. O anúncio foi feito pela equipe de Dubai em suas redes sociais.

O atleta se envolveu em acidente automobilístico no dia 22 de julho e matou o motociclista Eliezer Pena ao invadir a contramão da rodovia Alkindar Monteiro Junqueira, que liga as cidades de Bragança Paulista e Itatiba. Eliezer, que estava indo trabalhar no momento da batida, deixou mulher e duas filhas.

O jogador se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas confirmou à Polícia Rodoviária que havia ingerido bebida alcoólica em uma festa durante a madrugada. Além disto, legalmente, Renan não poderia estar na condução do veículo, pois não tinha CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e sua permissão temporária para dirigir estava suspensa por multas.

Ele foi preso por homicídio culposo e liberado após audiência de custódia, que determinou pagamento de fiança de R$ 242 mil para que o atleta pudesse responder em liberdade. O jogador, todavia, acabou ficando sem clube após ter seus contratos com Palmeiras e Red Bull Bragantino rescindidos por justa causa em 2 de agosto.

Liberação da Justiça

No último dia 17, ele conseguiu a liberação da Justiça para recuperar seu passaporte e buscar um novo time no exterior, em decisão proferida pela juíza Nicole de Almeida Campos Leite Colombini da 1ª Vara Criminal da Comarca de Bragança Paulista.

"Considerando-se que não há indícios de que o averiguado busca se esquivar da Justiça, sendo que está com advogado constituído nos autos, efetuou o pagamento da fiança arbitrada, além de ter firmado acordo a título de danos morais e materiais em prol da família da vítima; considerando-se, ainda, o trabalho de jogador de futebol do averiguado, e, pois, ciente da dificuldade de arrumar emprego na referida função, com a restrição de se ausentar desta comarca; considerando-se, por fim, o parecer favorável do Ministério Público e ante o acordo firmado com a família da vítima, defiro o pedido de substituição das medidas cautelares impostas ao autuado nestes autos, de modo que determino a devolução do passaporte ao requerente, bem como autorizo a sua saída do país, visando a sua reinserção no mercado de trabalho", escreveu a magistrada, em sua decisão.

Entretanto, Renan ficará obrigado a comparecer em Juízo a cada quatro meses, além de ter que manter seu endereço atualizado nos autos do processo. A decisão da Justiça atendeu o pedido da defesa de Renan para relaxamento das medidas restritivas impostas ao atleta.

O Ministério Público e a defesa da família da vítima, inclusive, foram favoráveis ao pedido, já que o zagueiro firmou acordo de indenização.