Nascido em Bertioga, Manoel Batista Pinto completou 58 anos de idade no Dia do Trabalho, 1° de maio. Mais conhecido como Maneco Pinto, sempre morou no bairro de São Lourenço, em Bertioga. Casado há 30 anos com Maria Cleusa, é pai de dois filhos. Ele conta que, na família Pinto, há no mínimo 600 pessoas na cidade, com origens na época da escravatura. Seu avô Manoel José Pinto (hoje empresta seu nome a uma rua), por exemplo, foi filho de escravo.
Com seu primo Vitor Batista Pinto, Maneco fundou a Sociedade Amigos de São Lourenço, segunda criada na cidade. Também trabalhou na subprefeitura do, até então distrito, de 1958 a 1977. Ele conta ainda que, em 1936, foi instalada a primeira escola no bairro.
Maneco recorda que, no passado, o único meio de transporte era de carroça ou "nas costas". Lembra também que os produtos ou mantimentos necessários eram encomendados de Santos. “As mercadorias chegavam a Bertioga pela barca da Cia. Santense e eram deixadas no armazém de Sabino Abdala". Isto porque, a embarcação chegava à noite e os moradores do bairro só tinham condições de buscá-las na manhă seguinte.
Tradição do Padroeiro
Maneco recorda que, quanto às lendas antigas, a do lobisomem era a mais contada, o que assustava muita gente. Acrescenta também que havia muitas quermesses, ressaltando a Festa do Padroeiro de São Lourenço, que já existe há mais de 100 anos e é sempre no dia 10 de agosto, graças aos moradores antigos do bairro.
Ele explica ainda que a pesca, no passado, sempre foi farta e os caiçaras viviam desta atividade. Maneco, que foi candidato a vereador pelo PDS, nas últimas eleições de Bertioga, não chegou a ser eleito. "Como um filho da terra, espero um futuro promissor para o município", afirma. Para ele, é difícil "cobrar uma primeira administração". Porém, espera que o Poder Público invista na área do turismo, entre outras, lembrando que o litoral é rico em belas praias.
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