2016

Um lugar que estimula o convívio

A sensação de pequenez diante da natureza preservada já pode ser sentida ainda na rodovia, bem antes de se chegar a Guaratuba.

Da Redação
Publicado em 06/03/2019, às 12h07 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h05

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Shin Shikuma
Shin Shikuma

Imagem acervo site

Bertioga é uma cidade de superlativos quando o assunto é natureza. A grandiosidade de seus ecossistemas é percebida a olho nu na abundância de seus rios, na beleza nativa de suas praias, na riqueza da Mata Atlântica, gigante e majestosa, que envolve toda a cidade em um cinturão verde. Virtudes que ficam ainda mais evidentes quando se chega a Guaratuba, penúltimo bairro antes da divisa com São Sebastião.

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A primeira imagem que se tem ao se aproximar do bairro, pela rodovia Rio-Santos, é a do morro da Petrobras, cujo aclive é possível ver ao longe. Em seu ápice, a elevação corta a pista em duas, destacando o pequeno monte esverdeado que permanece intacto entre o asfalto. A descida, um tanto íngreme, chega a dar um frio na barriga e nos prepara para um sentimento que será constante dali por diante: a sensação de pequenez frente ao esplendor da natureza preservada.

Do lado da Serra do Mar, o número reduzido de habitações realça os encantos das paisagens que integram o Parque Estadual da Restinga de Bertioga (Perb). Na altura do quilômetro 201 da rodovia, fica a entrada para a Trilha do Guaratuba, aberta o ano passado para visitação monitorada. Por todo seu trajeto, que desemboca na cachoeira do Tobogã, é possível observar a diversidade da mata e a riqueza da fauna e flora locais.

Imagem acervo site

À direita, por toda a extensão da rodovia, desdobra-se outra parte do loteamento Costa do Sol, reconhecido por suas portarias que dividem o bairro em quadras. Em cada um desses segmentos, as ruas se dispõem em um formato de colmeia, favorecendo o surgimento de ‘fundo de quintais’ naturais, decorados pela mata nativa e pequenos córregos cheios de vida. O vaivém de bicicletas dá um ar quase interiorano ao lugar. 

A passagem de visitantes é livre, porém, controlada por guaritas que passam quase que despercebidas em meio à suntuosidade do cenário, que encanta os olhos. Qualquer que seja O cenário é ideal para a pesca e passeios de caiaque e stand up padlle.

a trilha a ser seguida, ela leva a uma pequena praia quase deserta, de águas muito limpas e mar aberto. O local não dispõe de estrutura para o turista, apenas alguns ambulantes têm permissão de comercializar bebidas, aperitivos e porções de peixes e frutos do mar. Em compensação, o ar é tão puro e fresco que, ao encher os pulmões, revigora prontamente as energias. O caminho das águas leva o mar ao encontro do rio, que segue margeando a muralha verde do costão, cenário ideal para a pesca e os passeios de caiaque e stand up padlle. Uma singular mistura, capaz de promover uma sensação incrível de paz.

Turismo compartilhado

Foi em busca dessa completude que Luisa Helene trocou a vida agitada que tinha em São Paulo pelo “quase nada para fazer” de Guaratuba. Entre as idas e vindas a Bertioga, decidiu que era hora de optar pela qualidade de vida da sua família, principalmente por causa da filha pequena. “Guaratuba era o lugar perfeito para isso. Tinha essa coisa de ser longe do centro e isolado, mas percebemos que a distância não seria uma questão para quem vinha da capital”, lembra.

Quis o destino que, tempos mais tarde, ela encontrasse no bairro uma pequena pousada desativada, que lhe serviria, não só como moradia, mas também como um espaço para receber pessoas e promover cultura e arte. Hoje, o casal de atores mantém uma hospedaria-bistrô-ateliê e recebe turistas que, como eles, desejam maior contato com a natureza.

O estabelecimento, que para eles não chega a equivaler-se a um empreendimento turístico, dá sinais de se firmar como um novo tipo de negócio que vem ganhando adeptos em todo o mundo: o turismo compartilhado. A ideia, cujo charme encontra-se na simplicidade, é essencialmente a mesma de se ter um hóspede em casa: compartilhar os ambientes comuns da casa, passear juntos pelo bairro e servir uma comidinha caseira na sala de estar, enquanto a conversa atravessa a noite. Luisa confirma: “É basicamente o que fazemos aqui: a gente divide a nossa casa, a nossa comida e a nossa arte com as pessoas que vêm nos visitar”. Guaratuba inspira a isso.

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