2010

Sob o olhar do exímio planejador

Luiz Carlos Pereira de Almeida, diretor superintende da Sobloco Construtora, reforça a importância do desenvolvimento sustentável para a cidade e pontua que é preciso enquadrar o fenômeno da existência de petróleo ao longo do litoral norte de São Paulo, dentro das características do município

Da Redação
Publicado em 02/04/2019, às 08h10 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h08

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arquivo/sobloco
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Luiz Carlos Pereira de Almeida é paulistano e engenheiro civil formado pela Escola Politécnica de São Paulo. Em 1958, fundou a Sobloco Construtora S/A, empresa que hoje se destaca no campo do desenvolvimento urbano em todo o país. O planejamento é a base principal de seus empreendimentos, que vão além da construção civil e representam importante fator de desenvolvimento nas cidades onde estão inseridos. Aqui, ele fala um pouco dos primeiros passos da Riviera de São Lourenço e sua visão do momento atual de Bertioga.

Imagem acervo site

No final dos anos 1970 o senhor foi um pioneiro, ao aceitar o desafio de seus parceiros (Praias Paulista e Fazenda Acaraú) de desbravar Bertioga e construir o que veio a ser batizada pela Sobloco como Riviera de São Lourenço. Como foi esse processo?

Naquela ocasião o que se apresentava para mim era uma espécie de sonho, já que se tratava de projeções sujeitas a muitas condicionantes econômicas, técnicas, políticas, ambientais e mercadológicas.

Quais foram os passos definitivos para alcançar esse patamar? E os principais parceiros?

Uma vez traçados os objetivos, a palavra dali para frente foi Perseverança. O Plano precisava estar lastreado no que deveria ser melhor para a sociedade, para se alcançar a melhor qualidade devida com a tecnologia de ponta. Parceiros com certeza viriam. Investimentos propriamente atraídos não iriam faltar! Não se tratava de planos de curto prazo e isto, como condicionante, tornava o sonho com cara de viável, de factível,de realizável.

Chegamos aos tempos da preocupação permanente com o meio ambiente, mas naquela época, não era bem assim. Como foi criar um projeto já com essa visão de futuro?

Naquela época a sinalização a respeito da atenção às questões ambientais já era clara. Só não via quem não estivesse acompanhando as manifestações constantes vindas dos Países do primeiro mundo. O Plano,antes de tudo, precisava se caracterizar pela forma com que iria tratar o meio ambiente. Não havia tratamento de esgotos no nosso litoral! Isto não poderia continuar.As praias de nosso Estado eram sempre vítimas de falta de água tratada! Isto precisava ser corrigido! Os processos de drenagem nas ocupações ao longo de nossa Costa eram deficientes. Os processos da coleta de lixo e do destino do entulho precisavam ser mais atendidos!Tudo isto era preciso pesar no planejamento! E foi oque aconteceu.

O que o senhor ainda espera desse megaprojeto?

O processo de ocupação urbana se caracteriza especialmente pelo seu dinamismo, pela sua evolução, pela busca do aperfeiçoamento. A técnica evolui, as aspirações humanas evoluem, os hábitos mudam. Tudo isto nos impõem constante atenção e vigilância. Há sempre muito que fazer. Muito que melhorar!

O que a Riviera representa para a Sobloco?

A Sobloco tem a Riviera de São Lourenço como motivo de orgulho e de realização. Os desafios não cessam e a disposição para enfrentá-los cresce dia a dia.  

Quantos empregos diretos a Riviera gera hoje em Bertioga? Existe uma previsão para quando ela estiver concluída?

Sobre os empregos criados, estamos na casa das dezenas de milhares, se contarmos aqueles da construção civil.Outros empregos crescem muito, a medida do crescimento da Riviera. Tudo ainda vai crescer muito.

Bertioga possui 85% de seu território destinado à preservação permanente, o senhor vê isso como fator impeditivo do seu pleno desenvolvimento? Como conciliar esses dois termos na prática?

Bertioga tem tudo para se desenvolver e se consolidar como um grande destino turístico, de nível internacional. Sua proximidade com a capital e sua natureza exuberante conferem à cidade grande atrativos para investimentos. Por outro lado, o município tem o desafio de compatibilizar o seu crescimento com todo o respeito às questões ambientais. O índice de 85% de preservação não é impeditivo ao crescimento da cidade,desde que haja incentivos e regras claras para quem for empreender no município, de forma a gerar receitas e empregos

.A cidade chega aos seus 19 anos de emancipação político-administrativa, é tempo suficiente para se estruturar enquanto município?

Bertioga é um município novo, porém, com muita história. Nestes últimos 19 anos cresceu e conquistou muitas vitórias. Uma delas é o Selo Verde Azul, um importante certificado das preocupações ambientais da cidade. O importante é não perder o foco do desenvolvimento sustentável, ou seja, o desenvolvimento econômico com respeito ao meio ambiente. Desenvolvimento é a melhora do nível do bem estar das pessoas- elevar os padrões de vida, melhorar a educação, a saúde e a igualdade de oportunidades. Uma política absolutamente preservacionista não aponta para o  desenvolvimento. Investir na educação ambiental, prover a cidade de todos os requisitos para a manutenção de suas riquezas naturais – saneamento básico, água e esgoto -, criar programas de redução de consumo e de gestão de resíduos são algumas das frentes de trabalho.

A região vive um momento de expectativas quanto à futura movimentação da indústria de petróleo e gás.Sendo o senhor um homem com visão de futuro, onde acha que Bertioga se encaixa nesse mercado? Quais seriam os investimentos certeiros para não ficar de fora?

Bertioga vai contribuir dentro de suas características e possibilidades para o progresso vertiginoso que está para acontecer. O fenômeno da existência de petróleo ao longo do litoral norte de São Paulo é irreversível e suas consequências são inexoráveis. Resta a todos nós, responsáveis pelo desenvolvimento econômico da região, procurar enquadrar esse fenômeno dentro das características do município.

Ninguém poderá responder isoladamente pelas pressões políticas e econômicas que vão ser geradas por essa nova riqueza. Cabe a todos que se envolvem com o desenvolvimento da região zelar pelo município, buscando um equilíbrio no sentido de identificar as prioridades a serem impostas já que as precipitações movidas por interesses escusos ou imediatos poderão causar prejuízos irreparáveis a toda região. 

E para os jovens, se o senhor pudesse dar um conselho, uma orientação sobre o futuro no mercado de trabalho da região, qual seria?

Educação, retidão de princípios e muita persistência.

Imagem acervo site

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