2000

Saudade da pureza da vida caiçara

Da Redação
Publicado em 30/09/2019, às 07h07 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h12

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Arquivo JCN
Arquivo JCN

As aventuras de um tempo no qual as dificuldades para se chegar a um recanto chamado Bertioga eram enormes, ainda deixam saudade nas pessoas que frequentam a região há muitos anos, viveram e cresceram correndo pelas praias desertas de uma cidade que se transforma a cada dia.

As imagens do passado estão bem vivas na memória de Virginia Tastaldi Al- Assal, 63 anos, hoje proprietária de um imóvel na Riviera de São Lourenço e eleitora de Bertioga. Ela cresceu nessa cidade adotada carinhosamente por seu pai Henrique Tastaldi, que pisou pela primeira vez em Bertioga em 1928, aos 20 anos, época em que era estudante da Faculdade de Medicina da USP.

Naquele ano, ele chegava a Bertioga com o colega de faculdade, Cícero Jones, tio da cantora Rita Lee. O pai de Jones tinha uma casa de madeira no local conhecido como Barra Nova.

Como na época não tinham onde ficar, eles se hospedaram no Forte São João, lembra Virgínia. Como estudante de medicina, Henrique aproveitou seus conhecimentos para, certa vez, cuidar do velho João Sabino, tratando um ferimento nas mãos.

Atração - O encanto com essa região fez com que Tastaldi escolhesse Bertioga para viver momentos importantes de sua vida. Em 1930, casou-se com Daisy e a lua de mel foi nesse recanto. Na época, conta Virginia, não havia quase nada na cidade, mas o Hotel Lido, de Rafael Costábile, atraía muitas pessoas pela qualidade e requinte com que atendia seus hóspedes, onde não faltavam a culinária francesa e música clássica.

E a aventura para chegar ao local valia a pena. O acesso era feito num barquinho, que realizava várias paradas para embarque e desembarque de passageiros e materiais, tocando um sininho cada vez que estava chegando no lugar. O trajeto de Santos até Bertioga durava pouco mais de duas horas, conta Virgínia que, por muitas vezes, com seus irmãos Gilberto e Sérgio, acompanhava os pais.

A família chegou a adquirir um terreno e construir uma casa na rua Francisco Chaves, 67, a 50 metros da praia, onde viveu momentos que ficaram na lembrança. Henrique Tastaldi faleceu em 1988, aos 80 anos, e dona Daisy, em março deste ano. Virgínia e sua família convivem até hoje com as belezas de Bertioga.

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