A porta de entrada
A principal entrada da cidade é marcada pela avenida nomeada com a data de emancipação político-administrativa de Bertioga, a 19 de Maio, antiga Enseada Três. Esta via, repaginada pelas obras de revitalização, atraiu intenso e diversificado comércio com opções de lojas de materiais para construção até livraria. Nos próximos anos, a expectativa é que este cenário se torne ainda mais completo, já que o bairro abrange o primeiro loteamento do município aprovado nos últimos 35 anos, o Reserva Bertioga. Além disso, o Albatroz também deve contar com o Centro de Convenções Multiuso, no qual serão realizadas as festas tradicionais do município.
Para quem mora no bairro, como o carpinteiro César Ribeiro Cunha, um dos maiores incômodos vem comas chuvas e a expectativa é que as ruas sejam asfaltadas o quanto antes, já que o projeto de pavimentação da área central está em andamento. “Infelizmente, é só lama. Ultimamente está tendo só promessas”, comentou o maranhense e morador de Bertioga há dez anos. A situação das ruas também foi questionada pela dona de casa Fabiana da Conceição Xavier, que reclama da falta de investimentos na rua 3: “O que está acabando com o nosso bairro são as valas. Precisamos que eles melhorem isso e façam a pavimentação”.
Os pais de Fabiana, Maria Roberta da Conceição Xavier e Francisco Pedro Xavier, são dois dos primeiros moradores do bairro. A dona de casa de 34 anos lembra com carinho da época em que, onde hoje tem uma vala, passava um córrego em que era possível até pescar. Sua mãe Maria Roberta conta um pouco desta época: “Tinha um rio que passava aqui. A turma tomava banho, pescava, lavava roupa, era assim. O Albatroz era uma mata virgem. As avenidas 19 de Maio e a Anchieta, assim como as demais ruas, não existiam. Passávamos em ‘trilhinhas’ abertas no meio
do mato, sobre madeira. Depois foi evoluindo e, em 1975, começaram a abrir as ruas”.
Desde o início, de poucos meios de locomoção, até os dias atuais, o panorama do bairro sofreu uma intensa mudança. Se, naquela época, era necessário ir até o chamado Centrinho (atual centro da cidade) para qualquer compra, principalmente de gêneros alimentícios, e ainda aguardar pela entrega da compra do mês, hoje não faltam opções nesta região: só no trecho entre as avenidas 19 de Maio e Anchieta são quatro supermercados.
A maior queixa dos moradores refere- se às ruas. “A gente espera melhorias, porque, quando chove, minha casa enche de água, assim como todas as outras casas. Essa vala só não dá conta. Qualquer chuvinha já sobe tudo, começa a entrar pela tubulação do esgoto. A gente fica triste, porque vimos o Albatroz crescer e agora está em uma situação dessas”, lamentou Maria Roberta.
O primeiro loteamento aprovado após 35 anos no município, o Reserva Bertioga, é visto como um marco para a implantação de empreendimentos na cidade. Isso porque, somente para se adequar à rigorosa legislação que visa a preservação do meio ambiente em Bertioga, foram necessários 12 anos de adaptações por parte da empreiteira responsável, a Maubertec.
O Reserva Bertioga será construído entre as avenidas Anchieta, por onde se dará o acesso, 19 de Maio e o condomínio Bougainville. Segundo o projeto, os lotes serão divididos em residenciais, com ocupação predominantemente vertical, e comerciais. O loteamento será de livre circulação, como acontece na Riviera de São Lourenço.
Na planta da área, superior a 563 mil m, estão previstos 34 lotes, que ocuparão 100.895 m. O espaço restante será destinado a áreas públicas, áreas remanescentes e, em sua maior parte, ou seja, 372.038 m, a áreas verdes, de acordo com a legislação de compensação ao desmatamento. A previsão é de que as obras iniciem assim que toda a documentação seja liberada no Registro de Imóveis de Santos. A expectativa de entrega é de aproximadamente dois anos.
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