2015

Lição de empreendedorismo

A marina Acqua Azul já foi um bananal, tocado por um pescador que escolheu a área para construir a sua vida, um processo que se confunde com o da própria cidade.

Da Redação
Publicado em 13/12/2018, às 14h36 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h01

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Giu
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 O pescador sebastianense Sebastião Alexandre, avô de Orestes Amparo Filho, o conhecido Ted, chegou a Bertioga nos idos de 1912, para se dedicar à pesca e à plantação de banana, na área hoje conhecida como Jardim Veleiros. Ted conta: “Isso aqui tudo era bananal, até o mangue. As frutas eram exportadas para a Argentina. Depois, mais ou menos nos anos 1950, com o declínio do ciclo da banana, meu avô, e meu pai, que nasceu em 1927, começaram a trabalhar com peixe seco; não havia gelo, não havia estrada, não havia caminhões, então, pescava-se o peixe, secava e levava de barco para vender em Santos. Era isso que movimentava a economia da época. A partir dos anos 1970, começou a ter gelo, estradinhas e aí teve início outra realidade”.

Imagem acervo site

Aos 59 anos, Ted é, hoje, dono de uma pousada, da marina Acqua Azul, de uma loja de artigos para pesca e náutica e de um dos mais requintados restaurantes da região, com vista para o canal de Bertioga, construído em madeira nobre.

Tal patrimônio, segundo explica, foi conquistado de forma gradativa, em paralelo com o desenvolvimento de Bertioga, processo, aliás, que continua, haja vista que, recentemente, a marina beneficiou-se com a mudança de local do terminal de balsas, que funcionava próximo ao píer Licurgo Mazzoni e, em dezembro de 2013, foi transferido para o final da rua Henrique Costábile, onde está localizado seu comércio.

Imagem acervo site

 A história da família teve início por aqui em tempos difíceis, quando a pesca ditava o ritmo de vida e a economia local. Sendo assim, os peixes e as histórias de pescador permeiam as memórias da época. Como conta Ted: “Em 1964, meu pai pescou um peixe chamado mero, espécie de garoupa, pesando 356 quilos; ele colocou o espinhel para pescar os peixes, e, pela manhã, este peixe estava preso ao anzol. Naquela época, não havia como pesar em Bertioga e ele foi transportado até Santos pela lancha da Cia. Santense de Navegação”.

Imagem acervo site

Sua casa foi construída à beira-mar; quando a maré avançava, viam-se os peixes da janela. O pai pescava por meio de cercos, e os vendia, secos, para Santos e Guarujá. Depois, com a construção da estrada Guarujá-Bertioga, no início da década de 1940, ainda que deficitária, ajudou seu pai a vender peixes frescos. “Com a chegada dos turistas, iniciaram as construções de casas, e as famílias quatrocentonas de São Paulo frequentavam Bertioga. Era um volume pequeno de pessoas e, nesse momento, começamos a vender o peixe em casa, porque era fresquinho e as nossas águas, que até hoje não são poluídas, sempre foram de ótima qualidade, permitindo a abundância dos cardumes”, conta Ted. 

Com a chegada da luz elétrica, seu pai ingressou no Corpo de Bombeiros, até ser reformado em 1978. “O sonho dele era trabalhar na prefeitura ou no porto, porque havia estabilidade. Em determinado momento, foram criadas as polícias marítima e aérea, com o objetivo de combater as greves portuárias. Posteriormente, essas polícias

Destaque #1O pescador sebastianense Sebastião Alexandre, avô de Orestes Amparo Filho, o conhecido Ted, chegou a Bertioga nos anos de 1912

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