Universitários optam por morar em Bertioga, apesar de estudarem em cidades vizinhas como Santos, Guarujá e Mogi das Cruzes.
Suas idades variam entre 17 e 25 anos e dividem opinião quando o assunto é escolher uma universidade. Há os que optam por mudar-se de cidade, mas uma boa parcela dos universitários bertioguenses ainda prefere continuar na caçula do litoral paulista. A partir daí a dúvida é outra: estudar na Faculdade Bertioga (Fabe) ou encarar a estrada rumo às cidades vizinhas em ônibus fretados pela Associação dos Estudantes Técnicos e Universitários (Aetub).
Para o coordenador pedagógico da Fabe, Pedro Menezes, a tendência é de que mais estudantes fiquem na cidade: “Estou há quatro anos trabalhando na Fabe, e vejo um crescimento ordenado em todos os cursos. Hoje temos bons conceitos, atribuídos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) para todos os cursos oferecidos: pedagogia, direito, administração e turismo (ênfase em hotelaria), e queremos acrescentar quatro cursos de pós-graduação já no próximo ano”. Pedro deixou, em meados de 2008, a Faculdade Dom Domênico, em Guarujá, para apostar em Bertioga, e agora estuda a possibilidade de comprar uma casa na cidade e mudar-se de vez.
Empolgação semelhante manifesta-se em muitos alunos, caso de Kleber Henrique da Silva, 19 anos, estudante do quinto semestre de administração. Ele optou por estudar na cidade após ouvir, e refletir, a respeito de críticas e elogios referentes à faculdade local. “Eu criei um com conceito sobre a Fabe. Além de ser a melhor escolha por conta da localização, a faculdade tem uma boa estrutura, com excelentes professores”, conta ele, que pretende cursar uma pós-graduação em gestão empresarial e, no futuro, transformar o trailer de lanches da família em uma boa lanchonete.
Já Vinicius Martins Siqueira, 17 anos, associado da Aetub, cursa o primeiro ano de engenharia civil na Universidade Santa Cecília (Unisanta), em Santos, mas não se arrepende da escolha. “A Unisanta hoje é uma referência em engenharia, portanto, tenho certeza que, dentro da realidade que tenho, fiz a melhor escolha”. Ele passa três horas por dia dentro de um ônibus, e espera que, dentro de cinco anos, esteja formado e empregado na área, dentro ou fora de Bertioga.
Outro estudante que compartilha a opinião de Siqueira é André Ferreira Mathias dos Santos, porém, diz que poderia estudarem Bertioga caso a faculdade local oferecesse o curso escolhido. “Faço educação física e poderia estudar em Bertioga, tranquilamente, caso o curso existisse na cidade. Como não havia essa possibilidade, optei por Santos”. André tem 22 anos e cursa o terceiro semestre, mas teme que o mercado de trabalho em Bertioga não lhe dê as oportunidades almejadas, o que implicaria mudar de cidade.
Associados da Aetub, que cursam matérias não existentes na Fabe, têm direito a um repasse de verba de 100%, destinado exclusivamente ao pagamento de transporte, o que não acontece com os demais estudantes que optam por estudar direito, pedagogia, turismo ou administração em outras instituições, devido a um acordo entre a prefeitura e a Fabe. Segundo a vereadora Valéria Bento (PMDB), tal discriminação interfere no direito de livre escolha dos estudantes e, por isso, os contratos entre Aetub, prefeitura e Fabe devem ser revistos e refeitos.
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