2001

Forte abrigou personalidades ilustres

Os jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega também deixaram marcas de sua passagem pelo povoado

Da Redação
Publicado em 30/09/2019, às 08h45 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h13

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Arquivo JCN
Arquivo JCN

Desde que foi erguida em paliçada de madeira, em 1532, a primeira fortaleza do Brasil estava fadada a ser passagem de pessoas importantes na história. Ela já abrigou personalidades como os jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega em sua missão de catequizar os índios. Também foi morada do artilheiro alemão Hans Staden, responsável pelos primeiros relatos da vida das comunidades indígenas que habitavam o país.

O monumento, que já foi palco de guerras e atrocidades, ainda era conhecido como Forte São Tiago, quando teve sua construção substituída por alvenaria de cal e pedras em 1547. No entanto, foi em 1765 que passou a se chamare Forte São João, devido à restauração da capela erguida em louvor ao santo.

Em 1940, o monumento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), época em que foi iniciado seu processo de recuperação, que acabou sendo interrompido nos anos 1960, quando o Instituto Histórico e Geográfico Guarujá-Bertioga cancelou convênio com o Iphan para ocupar o local.

Ocupação

Suas instalações foram usadas pelo Exército, para abrigar as tropas até 1945. Sua última ocupação militar foi como quartel de pelotões de vigilância do 4º e 6° Batalhões de Caçadores, defendendo a região da ameaça alemã durante a 2ª Guerra Mundial (1939-1945). Depois, alojou o destacamento da então Força Pública, hoje conhecida como Polícia Militar do Estado. Com autorização dos ministérios da Guerra, Marinha e Fazenda, a partir de 1958 a fortaleza sediou o Museu João Ramalho, do Instituto Histórico e Geográfico Guarujá-Bertioga. A partir de 1962, foi transferido com outras construções militares, para a jurisdição do Ministério da Educação e Cultura e Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Em 1966, o Iphan retomou o processo de restauração do forte após receber o imóvel em precário estado de conservação. No entanto, as obras foram contestadas em ação popular na 1ª Vara Federal de Santos, alegando a descaracterização do monumento quinhentista.

O fato provocou o fechamento do forte ao público por mais de um ano. Porém, no último dia 19 de abril, a atual administração, após várias reuniões com os representantes da Justiça Federal na região, conseguiu a autorização para sua abertura ao público. Apesar disso, o processo continua tramitando e as obras de restauro deverão sofrer mudanças do Iphan.

Neste sábado, 19, ele abre com uma exposição de fotos e quadros, sobre a I Festa Nacional do Índio realizada em Bertioga, de 19 a 22 de abril.

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