2016

Força da natureza

Vítima da exploração predatória do homem, o Parque das Neblinas é um exemplo de como a natureza é capaz de se regenerar e mostrar sua grandeza

Da Redação
Publicado em 28/02/2019, às 12h13 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h01

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Flavio Lessa
Flavio Lessa

Imagem acervo site

Ao fixar o olhar em direção à Serra do Mar, impossível não pensar na imensidão verde que envolve a estrada sinuosa e que se estende até onde os olhos não alcançam. As riquezas naturais de Bertioga vão muito além do que se pode encontrar ao viajar pela rodovia Rio-Santos, que corta todo o município, de norte a sul. Ao sair da cidade pela rodovia Mogi-Bertioga (Dom Paulo Rolim Loureiro), a caminho do distrito de Taiaçupeba, há um destino cheio de tesouros e encantos, capaz de proporcionar experiências incríveis de interação com a natureza.

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O Parque das Neblinas é uma joia banha da pelo transparente rio Itatinga, protegida pela Mata Atlântica, um dos ecossistemas de maior biodiversidade do planeta e um dos mais ameaçados também. É um exemplo vivo da força regenerativa da natureza. Durante muito tempo, a área foi vítima da exploração indiscriminada de extração de palmito e madeira, com intensa produção de carvão. Teve seu processo de recuperação iniciado em 1988 pela companhia Suzano Papel e Celulose, que incorporou técnicas ambientalmente responsáveis à sua produção, o que possibilitou a renovação de toda a área e sua transformação em um parque-modelo, reconhecido pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, e tombado como Patrimônio Histórico pelo Condephaat (Conselho Estadual de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico).

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A gestão do parque, que ocupa uma área de mais de 6 mil hectares, é de responsabilidade do Instituto Ecofuturo, que desenvolve atividades de pesquisa científica, educação ambiental e manejo florestal. A visitação tem um papel importante na sensibilização e integração dos visitantes e se divide, basicamente, entre dois tipos: aberta à população em geral, e específico para escolas, quando professores e alunos podem trabalhar, in loco, assuntos relacionados à Mata Atlântica e suas infinitas riquezas. 

Gastronomia regional

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O clima fresco, serrano, convida a um café bem quentinho e o aconchego de um fogão à lenha, ao som do crispar da madeira sendo consumida pelas chamas. O capricho das instalações e o respeito com a natureza, preservada em cada detalhe, são percebidos desde a recepção do Parque. Uma grande área comum abriga os visitantes, que podem conhecer previamente um pouco da área por meio de uma maquete do Parque e fotos com informações das espécies de animais e plantas que vivem por ali. O lugar abriga, ainda, uma sala de videoconferência, na qual são feitas palestras e cursos, voltados à educação ambiental. Impossível não saborear os pratos especiais feitos pela talentosa equipe gastronômica do espaço de alimentação do Parque. O cardápio inclui saborosíssimas refeições preparadas com ingredientes nativos, retirados da Mata Atlântica, e receitas exclusivas, como o brigadeiro branco com calda de polpa de juçara e o suco de cenoura com cambuci. As atividades de aventura em meio à mata intercalam-se a esses deliciosos momentos, com passeios e programação de educação ambiental, fotografia de pássaros e contemplação de flores exóticas, como as bromélias e as micro-orquídeas. Dentre as trilhas, a do Mirante, com duração média de 5 horas, tem um visual imperdível do litoral de Bertioga e da encosta do Parque da Serra do Mar.

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Mas há outras opções, inclusive, cinco trilhas autoguiadas, com diferentes níveis de dificuldade e percursos que levam de 30 minutos a 4 horas. Esse tipo de passeio, incluído recentemente na programação do Parque, propõe aos visitantes uma incursão independente, somente com auxílio de folheto explicativo e dicas que são dadas no início da caminhada. O percurso é totalmente sinalizado e, em alguns pontos do trajeto, há monitores ambientais que dão orientações sobre as inúmeras espécies nativas que vivem na floresta. Também é possível praticar canoagem no rio Itatinga, um dos principais atrativos do Parque, e participar de oficinas de meio ambiente, que são organizadas de acordo com os grupos interessados. 

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As visitas podem ser agendadas diretamente pelo telefone 11 4724 0555 ou pelo e-mail [email protected].

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