2013

Divisores de águas

Obras vistosas, e outras nem tanto, como as prioritárias macro e microdrenagem e conclusão de rede de água e esgoto, possibilitam a atração de empreendimentos privados, com consequente melhoria da qualidade de vida de moradores e turistas.

Da Redação
Publicado em 13/12/2018, às 12h50 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h01

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Dirceu Mathias
Dirceu Mathias

Imagem acervo site

 Bertioga prepara-se para um relevante desenvolvimento nos próximos anos. Uma série de obras, já projetadas, promete mudar a cara da cidade. Entre elas, encontram-se as de pavimentação e de macro e microdrenagem. Já em relação às obras em andamento, o novo atracadouro de balsas entre Bertioga e Guarujá e a duplicação da avenida Anchieta estão próximas do prazo previsto para a entrega. Tais investimentos públicos atraem outros, estes de caráter privado, mas que, juntos, possibilitam a melhoria da qualidade de vida dos moradores e visitantes. 

Um bom exemplo é a pavimentação programada para boa parte da região central da cidade, com verbas oriundas do PAC da Mobilidade, que deve atrair novos empreendimentos como os loteamentos Buriqui Costa Nativa e City Acaraú, capazes de atraírem mais de 50 mil novos habitantes, duplicando a população atual da cidade. As estimativas são de José Marcelo Ferreira Marques, secretário de Habitação, Planejamento e Desenvolvimento Urbano da prefeitura. 

Se, por um lado, há muito otimismo por parte dos administradores públicos, por outro, os projetos geram dúvidas entre muitos moradores, que só esperam que as melhorias saiam do papel e tornem Bertioga uma cidade cada vez melhor para se viver.

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Para José Marcelo Marques, que já comandava a mesma pasta na gestão anterior, a questão envolve também uma mudança de visão da população quanto à expectativa de melhorias. Ele lembrou o processo de readequação do projeto e entrega das obras de revitalização da avenida 19 de Maio. “Dia 19 de maio do ano passado para mim foi um marco. Eu até me emociono quando digo isso. Quando eu vi aquele desfile, o que se via no rosto das pessoas... ali, para mim, inverteu a curva. É um dia após o outro, um degrau após o outro. Eu acho importante a atual administração ter revertido o quadro para um processo de desenvolvimento da cidade que vai melhorar a autoestima das pessoas. Estes novos empreendimentos habitacionais geram empregos novamente na construção civil, uma vez que muitos os perderam após o embargo da Riviera. Tem muita coisa para fazer, mas que entramos em uma onda de crescimento, disso eu não tenho duvida”, reforçou. 

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Muitas pessoas têm dificuldade em acreditar na concretização das obras planejadas. Alguns moradores relataram que a rua Manoel Gajo já consta como pavimentada na prefeitura, por isso, questionaram se ela foi novamente contemplada no atual pacote de obras de pavimentação da região central da cidade. A rua Manoel Gajo tem o maior investimento previsto, da ordem de R$ 8 milhões dos quase R$ 27 milhões destinados à região. Francisca do Santos da Cruz, moradora no local há quase 13 anos, disse só acreditar depois que a obra for entregue, mas gostaria que isso realmente acontecesse. “Minha maior preocupação é que, mesmo agora, quando a rua está boa, os carros passam em alta velocidade. Se asfaltar, eles vão passar mais rápido ainda. Então, ou eles põem radar ou lombada, ou não vamos conseguir andar na rua”, ponderou a munícipe.

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Moradora da Vila Itapanhaú há 12 anos, Berenice Aparecida da Costa Santos preocupa-se com as fortes chuvas que alagam a rua Dr. Fernando do Nascimento, onde mora.Por isso espera que a pavimentação também sane este problema. “Eu gostaria, claro, que a rua fosse asfaltada, acho que valoriza o imóvel,mas espero que se preocupem coma drenagem. A expectativa é que façam, sim, a pavimentação, mas que tenham esse cuidado para que a água tenha a devida vazão”, disse.

Saneamento básico

Neste setor, as obras prioritárias anunciadas são de macro e microdrenagem, assim como a conclusão da rede de água e esgoto, já que constituem elementos básicos para que seja realizada a pavimentação. Sem estas obras, há grande dificuldade de empreendimentos serem instalados na cidade. O saneamento básico representa não apenas infraestrutura e serviços, mas também uma melhora na saúde da população, já que evita a propagação de doenças.

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A meta é que, até 2018, a cidade inteira seja contemplada com rede de água tratada e tratamento e coleta de esgoto. Em Bertioga, ao menos 84,2% dos moradores têm acesso à rede de água com canalização em pelo menos um cômodo,e 77,1% possuem formas de esgotamento sanitário adequadas, conforme apontou o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março de 2012, a cidade já possuía quase 22 mil ligações de água e oito mil de esgoto, segundo a Sabesp. 

As obras de macro e microdrenagem em andamento no município

receberam um reforço de peso com a duplicação da avenida Anchieta, que consiste em 70% em macro e microdrenagem e 30% de pavimentação,informou o secretário José Marcelo Marques. Além disso, as obras também abrangem serviços de pavimentação asfáltica e ciclovia em 10 quilômetros da pista, entre a avenida 19 de Maio e o bairro do Indaiá. Deste total, seis quilômetros passarão por duplicação. A duplicação da Anchieta, a ser entregue ainda este ano, está orçada em R$ 31,8 milhões, provenientes do Programa Saneamento para Todos, do governo federal, em parceria com a prefeitura de Bertioga,que entra com R$ 9,5 milhões.

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Já o pacote de obras os bairros Vila Itapanhaú, Jardim Lido, Jardim Paulista, Vila Tupi, Parque Estoril,Jardim Albatroz e Maitinga, terá um financiamento de R$ 25 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) da Mobilidade; R$1,8 milhão virá do município. Esta verba, financiada para pagamento em até 20 anos, privilegia a pavimentação, calçamento e adequação da acessibilidade; apenas 30% dela são de macro e microdrenagem. A respeito,diz José Marcelo: “Para podermos resolver só o problema de macrodrenagem da cidade, precisaríamos de um investimento em torno de R$ 180 milhões. E nós estamos fazendo um investimento nos próximos dois anos em torno de R$ 40 milhões neste setor. No de microdrenagem já fizemos um pouco mais”.

Turismo

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Bertioga deve passar a virada do ano 2013 de cara nova, segundo previsão do secretário José Marcelo para a entrega, ainda este ano, da reurbanização do canal e de trecho da orla da praia. A reurbanização do canal, que consiste na segunda fase do projeto do arquiteto Ruy Ohtake, foi iniciada em setembro de 2012 e prevê drenagem, recuperação do muro de contenção, implantação de guarda-corpo em fibra de vidro do atracadouro da balsa até o Forte São João, entre outras melhorias.As obras são realizadas do trecho do Forte São João até o Jardim Veleiros, onde será instalado o novo atracadouro de travessia de balsas entre Guarujá e Bertioga,cuja entrega, conforme informou a Dersa, está prevista para agosto deste ano. O projeto prevê uma diminuição em 200 metros no trajeto entre os dois municípios,reduzindo o tempo de travessia em 30%, além de outras mudanças.

Habitação

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O programa do governo federal Minha Casa Minha Vida também deverá colaborar para reduzir um dos principais problemas da cidade: o déficit habitacional. De acordo com José Marcelo Marques, secretário de Habitação e Planejamento Urbano de Bertioga, a atual administração empenha-se em conseguir implantar dois empreendimentos do programa. “Estamos com quase 1.500 unidades fechadas”, disse ele, embora ainda haja detalhes a ser resolvidos com a Caixa Econômica Federal. A expectativa de José Marcelo é conquistar mais 1.200 moradias, para chegar a um total de 2.700 unidades habitacionais. Atualmente, o déficit habitacional da cidade é de quatro mil moradias.  

Drenagem de águas pluviais

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Um sistema de drenagem e manejo de águas pluviais é constituído por estruturas e instalações de engenharia para o transporte, retenção, tratamento e disposição final das águas das chuvas. Os sistemas de drenagem são classificados segundo seu tamanho, em sistemas de microdrenagem e macrodrenagem. A microdrenagem inclui a coleta das águas superficiais ou subterrâneas por meio de pequenas e médias galerias. Já a rede de macrodrenagem engloba, além da rede de microdrenagem, galerias de grande porte, e os corpos receptores destas águas (rios ou canais).  

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