2008

Condomínios verticais na área central mudam perfil da cidade

Da Redação
Publicado em 04/12/2019, às 08h37 - Atualizado em 27/08/2020, às 09h51

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Imagem Condomínios verticais na área central mudam perfil da cidade

Dificuldades na liberação de licenças ambientais e implantação na Riviera de São Lourenço já em fase final impulsionam verticalização de Bertioga. Para tanto, antigas casas de veraneio cedem lugar a edifícios de alto padrão.

Faça um passeio pela cidade, do Maitinga até a área central, e observe quantidade de condomínios verticais recém-construídos ou em fase de implantação. Há cerca de dois anos, os chamados condomínios verticais consolidam-se, também, fora do eixo da Riviera de São Lourenço.

É que o mega empreendimento, responsável pela atração de grandes investidores para o município tem, hoje, de acordo com a Sobloco Construtora, cerca de 65% de sua área urbanizada, e a Zona Turística, destinada a prédios, já está praticamente toda implantada. Disso decorre a corrida para outras áreas da cidade.

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Os terrenos ocupados por antigas casas de veraneio agora dão lugar     a prédios com apartamentos de 3 a 4 dormitórios, terraços generosos e completa estrutura em áreas de lazer. Nota-se, também, a preferência por lotes de frente para o mar. O perfil dos novos empreendimentos demonstra que os investidores apostam no potencial de desenvolvimento da cidade.

Condomínio vertical, no caso de Bertioga, significa conforto, beleza, sedução, pois, quem busca esse quer, acima de tudo, qualidade de vida. Para o empresário da construção civil, Roberto Bechara, da Construlabor Engenharia, isso é o que não falta na cidade.  Ele cita a natureza preservada e a proximidade com São Paulo como fortes apelos do mercado no município. "A vista para o mar e para a montanha valorizam muito o empreendimento e Bertioga enquadra-se perfeitamente nas exigências desse público que busca imóveis com varandas", diz.

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Com dois prédios com pronta-entrega na cidade e um com lançamento previsto para esse ano, o engenheiro Raimundo Ferreira Lustosa Filho, da J. Lustosa, um dos pioneiros na edificação de condomínios verticais na cidade, também reconhece a fase de transição de crescimento de Bertioga e afirma que muitas pessoas agora escolhem a cidade para morar e não mais apenas para veraneio.  Mas faz um alerta em relação ao futuro. "A administração pública, o setor privado população deve estar preparada. Desenvolvimento não é igual a crescimento. Uma cidade que cresce em extensão e população sem os critérios adequados, fatalmente será uma cidade com grandes problemas a resolver."

Mas, por que os investidores buscam a região central, se há outros bairros com um apelo maior em relação à proximidade com o verde? O engenheiro Edson Bichir, consultor nessa área, explica o forte motivo para o bom momento da construção civil na cidade. "Os investidores buscam as áreas centrais porque, aqui em Bertioga, quando você pensa em construir em um local que tenha mata, é visto como um criminoso, um bandido", diz referindo-se às dificuldades na liberação de licenças ambientais.

Roberto Bechara também é contundente em relação às restrições ambientais: "muitos terrenos estão inviabilizados e isso provoca uma demanda. Bertioga tem poucos prédios e muito espaço para crescer."

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A saída então é adquirir terrenos com área construída, para, em seguida, demolir o imóvel existente e dar lugar ao prédio de apartamentos. Uma medida que encarece o produto final. Não fosse o poder aquisitivo desse novo consumidor de Bertioga, não valeriam os riscos. A afirmação é do engenheiro Ruben Del Rio Gonzalez, engenheiro agrônomo, da Rubens Imóveis, Vendas e Empreendimentos Imobiliários, com três prédios em andamento. “A vantagem é que a procura maior é por empreendimentos na orla com vista para o mar.  Os apartamentos de cobertura costumam ser vendidos com maior felicidade, contrariando as expectativas dos investidores”, diz. Ele ressalta que, no momento atual da cidade, não adianta investir em prédios pequenos. “É um erro”.

Além da falta de regularização de áreas e a demora dos órgãos públicos na liberação das licenças ambientais, a infraestrutura existente na área já urbanizada, como tratamento de água e esgoto e pavimentação dos acessos, também é apontada como facilitadora.

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