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Comunidade indígena preserva identidade

Reserva do Rio Silveira adapta-se aos novos tempos, mas mantém tradições

Da Redação
Publicado em 17/09/2019, às 08h15 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h12

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Arquivo JCN
Arquivo JCN

"Posso ser o que você é sem deixar de ser quem sou”. Com essa frase, o representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) na região, Márcio Alvim Nascimento, explica a fácil adaptação da comunidade tupi-guarani da Reserva Indígena do Rio Silveira, aos benefícios oferecidos pela sociedade, sem deixar de preservar sua identidade cultural e suas raízes.

Localizada em Boraceia, na divisa entre os municípios de Bertioga e São Sebastião, a comunidade que tem, em média, 265 habitantes, população variável em virtude do deslocamento natural dos guaranis, recebe apoio das prefeituras das duas cidades, o que contribui para a melhoria da qualidade de vida de adultos e crianças. A Reserva do Rio Silveira tem servido de exemplo,  pois é a única entre todas as comunidades do estado de São Paulo e também pelo país a obter ajuda para sua subsistência.

Resultados - As prefeituras de Bertioga e de São Sebastião contribuem com assistência nas áreas de educação, onde as crianças têm aulas em português e tupi, e na saúde, com equipe médica no local, auxiliar de enfermagem à disposição dia e noite e, recentemente, um gabinete odontológico com um profissional que atende oito horas por dia, contratado pela Fundação Projeto Rondon em convênio com a Funai e Fundação Nacional da Saúde.

O trabalho na área de saúde, com acompanhamento de gestantes através de pré-natal e exames periódicos, contribuiu para que, nos últimos anos, o índice de mortalidade infantil fosse reduzido a praticamente zero, explica Nascimento, confirmando que "hoje temos o maior índice de crescimento de natalidade no Brasil”.

Moradia - Um dos projetos mais importantes é a proposta de se construir 50 moradias, que vão respeitar os aspectos tradicionais e culturais da comunidade indígena. Mas, em compensação, serão feitas adaptações para proporcionar aos índios acesso a saneamento básico, água tratada, sanitários, e cada morador poderá decidir se quer instalar energia elétrica, explica o representante da Funai. O projeto foi orçado em R$ 600 mil, há um ano e meio, e novo valor está sendo apresentado à Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) pela prefeitura de São Sebastião, que será a coparticipante da assinatura do convênio com o órgão. A expectativa é a de que ele seja iniciado em julho, como declarou o secretário estadual da Habitação Francisco Prado, em recente matéria publicada no Jornal Costa Norte.

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