2018

Boraceia, o interior à beira-mar

A orla de cinco quilômetros da parte bertioguense se divide entre o Canto do Itaguá, faixas vazias, o trecho da Morada da Praia e a área do centro do bairro, separado de São Sebastião pelo rio Parateus.

Da Redação
Publicado em 26/02/2019, às 12h30 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h04

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Estela Craveiro
Estela Craveiro

Na fronteira norte de Bertioga, limite com São Sebastião, Boraceia é um bairro que se assemelha a uma cidade interiorana, só que à beira-mar. Distante mais de 30 quilômetros do centro da cidade, seu mar cristalino é a principal atração. Você pode fazer o programa normal, chegar de carro ou de ônibus, descer na área central, que reúne o comércio e as opções gastronômicas, e entrar na areia, separada da rodovia Rio-Santos por uma faixa de mata de restinga com várias trilhazinhas. Ou pode chegar pelo Canto do Itaguá, na extremidade sul de Boraceia, onde a faixa de mata é bem maior, e descobrir a praia caminhando em direção ao norte. Aí, a aventura já será outra.

Imagem acervo site

Parte do Parque Estadual da Restinga de  Bertioga (Perb), o Canto do Itaguá é um pedacinho do passado, uma pequena vila de pescadores na qual residem algumas dezenas  de famílias, em meia dúzia de ruas. Na principal, que liga a pista à areia, difícil não parar para apreciar as conchas que ornamentam a fachada do Bar do Hiroshi e o muro de uma casa em frente, que vende artesanato. Há várias opções de serviços de estacionamento e banho, um camping e uma pequena pousada. Para comer, só o Pastel da Marilda, que também serve outras comidinhas. O senhor Hiroshi só vende bebidas e sorvetes. Isso nos fins de semana movimentados, feriadões e no verão, entenda-se bem.

Imagem acervo site

No fim de julho, a pequena capela de Sant’Anna é a base para a tradicional festa da padroeira do bairro, com procissão, brincadeiras para as crianças e guloseimas para todos, com destaque para a tainha assada na brasa, e, em algumas ocasiões, shows musicais.  Famoso, A capela de Sant’Anna é a base para a tradicional festa da padroeira do Itaguá, no final de julho o festejo atrai muita  gente.

Transposto os 100 metros iniciais da vila, ao pisar na areia, você mergulhará em outro mundo, e poderá escolher onde quer começar a curtir a praia: no canto do paredão rochoso bem próximo, à direita de quem entra, ou no trecho seguinte, de cerca de um quilômetro, de praias selvagens. É sol, areia, mata e muitos cursos d’água em direção ao mar. Naturalmente, se a ideia é ficar por ali mesmo, tem que levar o que comer e o que beber. E guarda-sol é indispensável. Não há sombras salvadoras nessa área.

No passado, antes de as leis ambientais começarem a garantir proteção à Mata Atlântica, muito se acampava no Canto do Itaguá, e eram bem altos os índices de mortes por afogamento, provocadas pela forte correnteza do mar junto às pedras. Você ficará tentado a subir nelas, já que, do outro lado fica a prainha do Diabo, e ainda outra, atualmente já encoberta pela mata. Mas, é melhor se valer da companhia de quem tem experiência, como os monitores ambientais credenciados pelo Perb  (veja matéria sobre passeios, agências e monitores na página 64). Se a opção for seguir adiante, pela praia, no próximo trecho, após o Itaguá, você encontrará toda a estrutura do loteamento Morada da Praia, do outro lado da Rio-Santos, com carrinhos de comidas e bebidas, salva-vidas, banheiros químicos na temporada, alguns quiosques, prioritários para idosos, grávidas e pessoas com restrição de movimentos, além de ofertas de locação de cadeiras e guarda-sóis. E, bem interessante, tem cadeiras anfíbias para pessoas com necessidades especiais curtirem o mar. Para quem está na caminhada sob o sol, é um bom ponto de parada.

Imagem acervo site

A seguir, vem mais um trecho isolado e meio vazio, e depois a área central da praia, que se estende até a divisa com São Sebastião, marcada pelo rio Parateus, totalizando cerca de cinco quilômetros da parte bertioguense da praia de Boraceia. Logo no início dessa faixa, perto do centro comercial, tem um camping, para quem busca emoções mais rústicas. Por ali se vê que Boraceia é uma praia bem família, com muitos idosos e crianças, entre moradores e turistas, dividindo a areia branquinha e o mar tranquilo. Adiante, o trecho de sete quilômetros da praia, em Boraceia 2, já no município vizinho, é bem mais vazio. A 1,5 quilômetro da orla, encontram-se as Terras Índigenas do Rio Silveira, que ficam em Boraceia, mas às quais se chega por Boraceia 2, e constitui-se em um programa à parte (veja matéria sobre a aldeia na página 52).

Imagem acervo site

 Para se hospedar, há várias pousadas no bairro. Para comer, no centro de Boraceia encontram-se opções de restaurantes, na rodovia e nas travessas em direção ao interior do bairro. Na pista, um pequeno comércio reúne padaria, lanchonetes, farmácias, supermercado, lojas e serviços. A feira dos sábados, realizada na última travessa antes da divisa, na altura do quilômetro 192, também pode ser uma solução divertida de alimentação para quem faz o estilo alternativo. Para completar, uma caminhada pelas ruas de areia do bairro pode revelar surpresas como encontrar um bando de filhotes de papagaio aprendendo a voar ou vendedores de milho, mandioca e outros produtos da terra, como em uma verdadeira cidade de interior.  

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