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Bertioga e sua história nos 500 anos

Cidade foi o primeiro povoado de apoio para a colonização

Da Redação
Publicado em 11/09/2019, às 13h25 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h12

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Arquivo JCN
Arquivo JCN

Bertioga tem uma importância fundamental nos 500 anos de história do Brasil. Afinal, a cidade, que era conhecida como "Buriquioca",  que, em tupi, significa morada dos macacos", foi o primeiro povoado de apoio para a colonização do país. Segundo relatos do artilheiro alemão Hans Staden que, por duas vezes, naufragou na costa brasileira, em 1531, quando foi iniciada a colonização no Brasil, Martim Afonso de Souza pensou em se estabelecer em Bertioga, mas foi convencido por João Ramalho a seguir em direção ao sul. Em 22 de janeiro de 1532, Martim Afonso fundou  a Vila de São Vicente.

Nesse mesmo ano, foi erguida, em Bertioga, uma paliçada de madeira que deu nome ao Forte São João, na época, denominado  Forte São Tiago. Segundo anotações de Hans Staden, o forte foi levantado por cinco irmãos mamelucos: João, Diogo, Domingos, Francisco e André, filhos do português Diogo Braga. Em 12 de janeiro de 1545, Bertioga foi doada a Jorge Pires e, em 1547, a fortificação de madeira ganhou muros de alvenaria de pedra e cal.

No mesmo ano, os indígenas, usando 70 canoas, assaltaram a fortificação e foram repelidos pelos soldados que guarneciam o forte. Nessa época, a povoação ocupava um trecho à beira-mar defendido pelo morro da Senhorinha. Em janeiro de 1565, a esquadra de Estádio de Sá saiu de Bertioga para fundar a cidade do Rio de Janeiro.

Com uma reforma em 1699, a fortificação recebeu suas características atuais, sendo rebatizada em 1765, como Forte São João. Suas instalações foram usadas pelo Exército, para abrigar as tropas até 1945. Sua última ocupação militar foi como quartel de pelotões de vigilância do 4° e 6º Batalhões de Caçadores defendendo a região da ameaça alemã, durante a 2ª Guerra Mundial (1939/1945).

Depois,  alojou o destacamento local da então Força Pública, hoje Polícia Militar do Estado. Com a autorização dos ministérios da Guerra, Marinha e Fazenda, a partir de 1958, o forte passou a sediar o Museu João Ramalho, do Instituto Histórico e Geográfico Guarujá-Bertioga, por iniciativa da presidente daquele instituto, Lúcia Figueredo de Melo Falkenberg. A partir de 1962, foi transferido, junto com outras construções militares, para a jurisdição do Ministério da Educação e Cultura e Serviço do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional.

Ilustres - O Forte São João abrigou personalidades da história como os jesuítas José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, que tinham a missão de catequizar os índios. Também foi morada do armeiro alemão Hans Staden, autor da primeira obra importante sobre a vida das comunidades indígenas no Brasil, e que foi tema de filme de produção nacional dirigida por Luiz Alberto Pereira em 1997 e lançado recentemente.

Nos séculos XVII e XVIII, a caça à baleia foi intensificada em Bertioga, que contou com uma armação de baleias para extração do óleo destinado a iluminar as cidades de São Vicente, Santos e São Paulo.

Plebiscito - Até 1940, Bertioga era um pacato núcleo de pescadores.  Foi a partir da década de 1950, com a melhoria nos acessos viários, que a cidade, então distrito de Santos, começou a crescer. Em 19 de maio de 1991, foi realizado um plebiscito e a população votou favorável à emancipação. No mesmo ano, em 30 de dezembro, Bertioga foi transformada em município e reconhecida oficialmente como Estância Balneária, em 31 de dezembro de 1991.

Em 1° de janeiro de 1993, assumiu o primeiro prefeito, o arquiteto José Mauro Dedemo Orlandini. Hoje, a cidade está sob o comando do arquiteto Luiz Carlos Rachid.

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