2015

A mola propulsora do desenvolvimento

Os portugueses sempre se destacaram por sua maestria nas artes comerciais e um bom representante deles veio parar nas terras de Buriquioca.

Da Redação
Publicado em 07/03/2019, às 12h31 - Atualizado em 26/08/2020, às 22h02

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Arquivo familiar
Arquivo familiar

 De uma vila para outra. Entre sua saída da pequenina Viseu, centro-norte de Portugal, para a também pequenina Bertioga, Fernando Sena percorreu uma trajetória de vida digna de ser eternizada numa autobiografia. Em comum com outros pioneiros que ajudaram a construir a cidade, a história de luta pela sobrevivência. 

Antes de chegar aqui, viveu em Angola, para aonde sua família migrou em busca de melhores condições de vida. Eram tempos difíceis, já que a África vivia, então, o auge do apartheid - o cruel regime de segregação racial que imperava no sul do continente. 

Imagem acervo site

Sena fez o caminho de volta. “Voltei para Portugal e trabalhei como servente de pedreiro”. Com uma filha pequena, optou por mandá- -la para São Paulo, para morar com uma tia. Não aguentou muito a distância e veio também, após pouco mais de dois anos. Morou em São Bernardo do Campo, onde atuou como gerente de parte dos restaurantes do Hipermercado Makro e, depois, abriu uma loja na cidade. 

Nesta época, conheceu Ribas Zaidan, proprietário do Sistema Costa Norte de Comunicação, que, na época trabalhava na Volkswagen, e, por isso, passou a frequentar Bertioga a passeio. Sena conta: “Em 1974, a vila contava com dois mil habitantes e acabei mudando porque me apaixonei pela região. Comprei um terço de um mercadinho, na pracinha [praça Armando Lichti -Centro] onde era montada a feira livre”. 

A vila já tomava ares de pequena cidade; havia, então, um grupo de pequenos empresá- rios, e um comércio nascente. Apaixonado pela região, Sena colocou todo o seu conhecimento em prol do desenvolvimento de Bertioga, e, ainda, engrossou o time daqueles que desejavam a autonomia da cidade.

 Apesar de todos os obstáculos, Sena investiu no projeto de viver em Bertioga e contribuir para o seu crescimento. Seu negócio prosperou e Sena abriu outro mercado, o Suprilar, posteriormente denominado Supermercado de Bertioga. Mais tarde comprou um terreno no Indaiá, também para investir no negócio de supermercados. Assim foi até abrir unidades em outras regiões, como o supermercado do Rio da Praia, próximo ao Sesc; e o do Albatroz, na entrada da cidade.  

Imagem acervo site

Negócios que prosperaram e deram frutos à família, que até hoje mantém-se no ramo do comércio. “Tenho três filhos, o Fernandinho - com dois mercados no Indaiá; a Ivone com os mercados Albatroz e o do Rio da Praia; e a Fernanda, com uma academia”.

Formado em contabilidade, Sena foi convidado a trabalhar na prefeitura em 1998, como secretário de Finanças, durante o governo  de Luiz Carlos Rachid, onde permaneceu por dois anos. “Foi quando conheci a chefe da receita, a Silvia Rebelo, de quem me tornei sócio posteriormente. Ambos tínhamos a ideia de investir mais em escolas na região, dado que, no início de minha carreira, fui professor e via na cidade uma carência que nós, empresários, poderíamos contribuir”. Da parceria surgiu o Colégio Objetivo, inaugurado há 14 anos e, em seguida, o Anglo, antigo colégio Adélia, adquirido pelos dois sócios.

Imagem acervo site

Como sua vida foi calcada no comércio, as pessoas passaram a consultá-lo sobre novos projetos e como deveriam executá-los. Daí surgiu a ideia e, juntamente com outros comerciantes, criou-se a Associação Comercial de Bertioga, três anos antes da emancipação. Na mesma época, nasceu o Troféu Iriri, que seguiu por oito anos, como premiação aos comerciantes de destaque na cidade. O nome foi escolhido porque a então prefeita de Santos,  Telma de Souza, queria que a divisa de Bertioga fosse no rio Itapanhaú, quando o rio Iriri era de fato a divisa (com Caruara e Caiubura).  

Filhos criados, situação estável, agora é curtir a vida e aproveitar os laços de amizade que conquistou ao longo dos anos. Como Sena diz: “Não tem preço no mundo que pague a convivência com as pessoas daqui. Temos um grupo que se reúne todos os domingos e nos encontramos pelo menos duas a três vezes por semana. Por isso, acredito que a nossa maior fortuna seja a amizade”  

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