Segundo o pai, as imagens com os menores de idade foram gravadas sem o consentimento prévio dos responsáveis e a autorização que assinou seria para uma gravação sobre a Copa do Mundo
Um vídeo de campanha do candidato Jair Bolsonaro (PL) está dando o que falar, após o pai de uma das crianças afirmar que não foi comunicado que as imagens da menor de idade seriam usadas para fins políticos e divulgadas na internet.
O músico Admilson Paiva registrou um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Criança e do Adolescente, em Taguatinga, no Distrito Federal, dizendo que a escola onde a filha estuda levou os alunos, menores de idades, a um evento de campanha sem o consentimento dos pais.
Em entrevista ao g1, Paiva disse que o colégio tinha apenas informado que faria um passeio por pontos turísticos de Brasília para uma gravação de um vídeo para a Copa do Mundo. Para o passeio, a instituição de ensino pediu que as crianças usassem camisetas da seleção brasileira.
A escola enviou para os pais um pedido de autorização para gravação de um videoclipe. No bilhete, o colégio escreveu que estava em "contagem regressiva" para o torneio de futebol e recomendou que as crianças estivessem na instituição às 7h30, vestidas com a camiseta do Brasil ou uniforme escolar e que levassem lanche reforçado.
As imagens foram divulgadas por Fábio Wajngarten, coordenador de comunicação da campanha do presidente, nas redes sociais e mostrou Bolsonaro ao lado das crianças, muitas com camisas nas cores verde e amarelo, no Palácio do Alvorada, cantando a música "Mostra tua força Brasil". A publicação viralizou ao ser reproduzida por apoiadores do presidente.
No post de Wajngarten, Paiva fez um comentário pedindo a exclusão do vídeo das redes sociais, mas não obteve resposta até o momento. Veja o vídeo abaixo.
"Não que tratar de política nesse caso. Não é porque é o Bolsonaro ou o Lula. A questão é que eu preciso saber onde a minha filha vai. Não gostei de vê-la exposta nacionalmente e mundialmente agora", afirmou Paiva.
"Minha filha vai fazer 10 anos agora. Nunca teve rede social. Sempre tentamos preservá-la. Agora, sinto as minhas mãos atadas, porque não consigo resolver essa situação. As imagens já reverberam mundialmente", acrescentou o músico.
Tanto a escola citada quanto os responsáveis pela campanha do candidato não se pronunciaram publicamente.
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