Da varanda gourmet ao auxilio emergencial

Como as desigualdades do "Brasil Colonial" ficaram expostos na Pandemia

Cris Aragoni
Publicado em 09/02/2021, às 16h03

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Reprodução / Internet
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O Ministério da Economia, divulgou na semana passada um relatório com os privilégios da folha de pagamento das estatais brasileiras, são 46 empresas que além de terem um salário médio 6 vezes maior que o mesmo cargo correspondente na iniciativa privada, coleciona penduricalhos que somados, chegam a estratosférica cifra de 44 bilhões de reais ao ano.

Em algumas estatais, os salários chegam a mais de 100 mil reais por mês, a excrescência vai de auxilio baba, a vale filet mignon.

A gastança generalizada só veio à tona, pois o Ministério da Economia, elencou a Reforma Administrativa como prioridade para os novos comandantes do legislativo, e assim, a sociedade atônita, descobre que nossas estatais, por não terem orçamento vinculadas ao orçamento da união, não se limitam ao teto máximo do salário do funcionalismo, hoje em 39,2 mil reais por mês.

O dinossauro obeso e comilão, não está somente nas estatais.

Matéria divulgada pelo Portal R7, mostra que o Congresso Nacional, gasta 10,8 bilhões de reais por ano somente com funcionários comissionados. Nosso Legislativo Federal, que já é o mais caro do mundo, tem em seu quadro, 79% dos funcionários como comissionados, quatro vezes mais que o total dos concursados, fora o gasto com terceirizados e funcionários nomeados para trabalharem nos estados, apenas este grupo, o consumo são inacreditáveis, 6 bilhões de reais por ano, e ainda, algumas publicações apontam que estas cifras podem ser conservadores, pois municípios e estados, não tem ao certo, números precisos.

Outro levantamento que pesquisei como referência para este artigo, foi o Atlas do Estado Brasileiro, do IPEA, este estudo, aponta que o Brasil tem hoje cerca de 12 milhões de funcionários públicos, ativos e inativos, estes juntos, obtiveram um aumento salarial na média das últimas duas décadas de 100%. O aumento médio nos municípios foi de 276% e nos Estados a folha teve um incremento no mesmo período de 50%.

Só com a folha de pagamento, o Brasil gasta hoje, 750,9 bilhões por ano, uma fatia de 10,5% do PIB.

Afim de enfrentar este imenso desafio e suas corporações, a equipe de Paulo Guedes resolveu por luz ao problema, para que a sociedade reflita o abismo da desigualdade que assola o país, desigualdade essa, escancarada na Pandemia, pois enquanto novos costumes e novas formas de trabalhar revelam o home office da varanda gourmet, milhares de desvalidos se aglomeraram em filas quilométricas para receber o auxílio emergencial de 600,00.

Em ano de eleições, ficamos mais atentos a tais notícias, pois de pleito em pleito, as promessas de austeridade e transparência não se materializam, além do que, este retrato da máquina escancara a falta de prioridade dos parlamentares para enfrentar este tema.

A lógica perversa é:

O país está afundando com endividamento, mas é imprescindível que retomemos algum tipo de amparo financeiro para os milhares de brasileiros que sem poupança, não tem como enfrentar o desafio de fechamentos do comercio, promovido por Governadores e Prefeitos autoritários e irresponsáveis que querem abolir a vida em sociedade por interesses desvairados e eleitoreiros.

Daí a equipe econômica resolveu apresentar um

remédio para a hipocrisia e desnudou o que a maioria já sabia, foi um tapa na cara da sociedade.

O ano de 2020, foi único, extremamente difícil para economia, e descobrimos que quando se distribui dinheiro para a população, a roda gira, e por certo, o auxilio emergencial voltou aos cofres públicos em forma de impostos e teve o importante papel de manter minimamente a família de milhares de brasileiros.

Qual e a solução, vamos nos endividar como país indefinidamente?

A resposta é um grande não, mas temos que  perguntar:  o que o Governo gasta com ele mesmo,  que não é revertido para sociedade é legitimo? Os penduricalhos revelados são excrescência, são legítimos ?

São ilegítimos, portanto,  o que nos salvará, são as agendas liberais que foram enterradas pelo Rodrigo Maia nos últimos dois anos, o que nos salvará, são as reformas, que irão acelerar as agendas prioritárias para sairmos do Brasil Colonial.

Diminuir a burocracia, diminuir a carga tributária, diminuir os gargalos estruturais, diminuir os privilégios, melhorar o ambiente de negócios, buscar mais competitividade e principalmente diminuir a desigualdade que um Estado gordo, paquidérmico, ineficiente e atrasado promove.

Que privatizem TUDO!!

E que o estado deixe o contribuinte respirar e a sociedade se organizar de forma orgânica, com equidade, para acordarmos no Pós Pandemia de volta ao século 21.

Cris Aragoni

crisaragoni.com.br

http://www.portaltransparencia.gov.br/

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