Sexo em excesso faz mal? Saiba mais

Desconforto físico e impacto no cotidiano podem indicar a necessidade de controle da atividade sexual.

Henrique
Publicado em 26/04/2021, às 15h28 - Atualizado em 27/04/2021, às 09h10

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A atividade sexual é um dos pontos centrais na vida humana. O estudo “Vamos Falar de Sexo”, realizado em 2018 pela Viacom International Media Networks (VIMN), questionou 12 mil pessoas sobre virgindade, sexo casual e frequência sexual. O dado mais expressivo? 91% dos entrevistados afirmam gostar de sexo.

Embora o apreço pela atividade sexual pareça ser unânime, a frequência ideal para cada pessoa varia de acordo com diferentes fatores. Quem prioriza o sexo com alta regularidade pode se preocupar com prejuízos da atividade excessiva, enquanto quem opta pela abstinência questiona se a falta de sexo pode ser um problema.

Um corpo feliz e saudável pede equilíbrio em todos os setores da vida — alimentação, sono, atividade física — e com o sexo não seria diferente. Transar demais faz mal? Como saber se a atividade sexual é excessiva? Essas e outras respostas vão te ajudar a ter uma vida sexual saudável.

Existe uma frequência ideal?

Não existe consenso na comunidade médica a respeito do que seria a frequência ideal para as relações sexuais. A regularidade varia conforme as preferências de cada pessoa e casal. Dentro deste contexto, há quem se contente com uma relação sexual por semana e quem faça questão do sexo diariamente, por exemplo.

Além disso, a frequência desejada também pode mudar ao longo da vida. Fatores como envelhecimento, relacionamentos, filhos, problemas de saúde e questões psicológicas podem aumentar ou diminuir o desejo sexual. Esses assuntos interferem de diferentes maneiras na vida de cada pessoa, tornando o apetite sexual ainda mais subjetivo.

Prejuízos físicos do sexo excessivo

Embora a frequência desejada seja individual, relações sexuais em excesso podem causar problemas físicos leves. O atrito provocado pela penetração leva a possíveis desconfortos, ardências ou dores nos órgãos genitais masculinos e femininos. Isso porque a região tem muitas terminações nervosas e a pele do local é bastante sensível. Por isso, mesmo com lubrificação, a fricção excessiva pode machucar.

Em corpos masculinos, o sexo recorrente pode deixar o sêmen com coloração escura, em um tom avermelhado ou marrom. A condição, chamada de hematospermia, ocorre por conta da presença de sangue no esperma e não é grave.

Já no corpo feminino, a atividade sexual em alta frequência pode causar ardência na vulva e na vagina, especialmente se a penetração acontecer com baixa lubrificação. Caso o desconforto seja muito forte, é importante consultar um ginecologista para investigar as causas.

Tanto em homens quanto em mulheres, os desconfortos costumam aparecer graças à sensibilidade da região e, se a causa for realmente o sexo excessivo, o tratamento é feito com repouso e um período de abstinência sexual. No entanto, se as dores ou desconfortos permanecerem, é importante procurar um ginecologista ou urologista.

Malefícios da abstinência sexual

Se o excesso pode ser prejudicial, a falta de sexo também causa problemas. Estudos do Instituto de Sexologia de Barcelona, na Espanha, indicam que a inatividade sexual aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de próstata, já que a ejaculação ajuda a limpar e descongestionar a glândula. A ausência de sexo também torna provável o desenvolvimento de disfunção erétil.

A inatividade sexual também pode resultar em hipotonia e flacidez genital. Como a vagina é um músculo, pode ficar flácida e sem força caso não seja exercitada. A ausência de força do assoalho pélvico pode causar problemas como incontinência urinária.

Quando buscar ajuda profissional

De acordo com a Dra. Nicole Geovana, médica da família com residência pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a procura por ajuda profissional é necessária quando a atividade sexual é frequente a ponto de atrapalhar outros aspectos da vida, como trabalho, estudos, vida social e sono.

Neste caso, o paciente pode apresentar algum tipo de compulsão sexual e as causas psicológicas e fisiológicas do problema devem ser investigadas.

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