Saúde no Brasil: entenda a situação do SUS durante a pandemia

Como o SUS está na pandemia?

Henrique
Publicado em 27/04/2021, às 10h26 - Atualizado em 28/04/2021, às 10h36

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Com a chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) foi fator primordial para o número de vidas salvas. Mas, nem tudo são flores e a saúde no Brasil passa por um momento delicado, com o agravamento da pandemia no país.

Como está a situação do SUS durante a pandemia? Vamos esclarecer alguns pontos que explicam porque o SUS enfrenta dificuldades em algumas regiões e como essas dificuldades podem ser diminuídas com ações bem coordenadas. Confira!

Saúde no Brasil: a importância do SUS

O SUS foi criado no Brasil na Constituição Brasileira de 1988, que estabeleceu o sistema único público de saúde, a qual todo brasileiro teria direito.

Se antes da criação do SUS, somente brasileiros que possuíam carteira de trabalho tinham acesso ao sistema de saúde gratuito, com o SUS esse direito foi universalizado, ou seja, estendido a todo brasileiro.

Alvo de muitas críticas, o SUS é um sistema no qual oferece serviço de saúde gratuito à população. Embora seja gratuito para quem o utiliza, o SUS é mantido através dos impostos pagos pelos brasileiros, sobretudo o INSS.

Além disso, estados são obrigados a destinar 15% do que arrecadam em ações de saúde e os municípios 12%.

Portanto, o SUS é descentralizado e municipalizado no país.

O que o SUS oferece para a saúde no Brasil?

Pelo SUS, os brasileiros têm acesso aos programas de vacinação, desde para recém-nascidos, até para os idosos.

Além disso, o SUS também oferece procedimentos de média e alta complexidade, como os transplantes, por exemplo.

A rede do SUS inclui milhares de Unidades Básicas de Saúde (UBS), bem como Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e redes de hospitais de referência, conforme as regiões, para onde os pacientes devem ser encaminhados, conforme o protocolo da doença.

Quantas pessoas utilizam o SUS para saúde no Brasil?

Estima-se que 7 em cada 10 brasileiros acessam o SUS, o que significa um número de 150 milhões de pessoas que utilizam o sistema público de saúde brasileiro.

E o SUS durante a pandemia?

A pandemia do coronavírus colocou todos os programas de saúde ao redor do mundo sob grande pressão.

Isso porque o número de pacientes que necessitavam de atendimento ao mesmo tempo era e continua sendo muito grande.

Com isso, o número de leitos, sobretudo leitos de alta complexidade, que são leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs), tornaram-se escassos.

Isso foi piorando à medida que as infecções do coronavírus atingiram uma população mais jovem, visto que essa população permanece mais tempo internada, ou seja, ocupa o leito de UTI por mais tempo.

No Brasil, o SUS também é responsável pela vacinação contra o coronavírus, o que em virtude da pouca quantidade de vacinas disponíveis, caminha a passos bem lentos.

Quais são as principais críticas feitas ao SUS durante a pandemia?

Embora todos reconheçam a importância do SUS no país, algumas críticas devem ser feitas.

Afinal, nada no mundo é tão perfeito que não mereça críticas pontuais.

Na verdade, as principais críticas se devem à inoperância do Ministério da Saúde e do Governo Federal, que não estabeleceu como prioridade a Saúde no Brasil.

Deve-se lembrar que a coordenação do SUS é, a princípio, do Ministério da Saúde, que repassa recursos e medicamentos a estados e municípios.

Quando a pandemia já estava instalada, o Governo Federal abriu mão de milhares de doses da vacina da Coronavac e da Pfizer, a serem entregues antes do final do ano de 2020.

Alegando que o contrato tinha cláusulas “leoninas”, abriu mão de milhares de vacinas que poderiam salvar inúmeros brasileiros.

Porém, não argumentou que as mesmas cláusulas estavam presentes no contrato da AstraZeneca Oxford e nos contratos assinados em todos os outros países.

Outra crítica que deve ser feita ao Ministério da Saúde foi focar em remédios comprovadamente ineficazes contra a Covid, como a hidroxicloroquina, por exemplo.

Existia, inclusive, um aplicativo, no qual a prescrição já saía pronta. Em países desenvolvidos nem se discute mais hidroxicloroquina, pois sua prescrição não só não é eficaz contra a Covid-19, como pode trazer sequelas.

Além disso, a falta de liderança do Ministério da Saúde no quesito vacinação e compra de insumos, bem como no fornecimento (e falta) de oxigênio em algumas cidades fez estados e municípios estabelecerem, por conta própria, como lidariam com os problemas.

A falta de medicamentos necessários para a intubação de pacientes também merece críticas, visto que o Ministério da Saúde foi alertado com antecedência e nada fez a respeito.

E a falta de doses suficientes pode complicar ainda mais a imunização de milhares de brasileiros.

E os planos de saúde?

O chamado serviço de saúde suplementar, que engloba os planos de saúde individuais e planos de saúde corporativos, conseguiu tratar seus pacientes, mesmo com altos índices de internações e UTIs igualmente lotadas.

No Brasil, estabeleceu-se que a vacinação contra a Covid seria somente a critério do SUS, impedindo que a iniciativa privada pudesse ter acesso a vacinas.

Embora isso também esteja ocorrendo em outros países, o modelo dos Estados Unidos e de Israel, que já voltaram à chamada “vida normal” mostra que só conseguiremos sair desse caos da pandemia quando a população estiver vacinada.

Portanto, a iniciativa privada deveria ser vista não como “fura-filas”, mas sim como uma aliada para que novas filas fossem abertas, diminuindo inclusive a pressão no SUS. 

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