A quarta fase do projeto de open banking contará com mais informações a respeito de investimentos e dados financeiros importantes. Saiba mais sobre sua implementação.
Mateus
Publicado em 22/10/2021, às 14h58 - Atualizado em 26/10/2021, às 12h02
Os open investments são a quarta fase de aplicação de um projeto elaborado pelo Banco Central (Bacen) chamado banco aberto (ou open banking).
Nesse sistema de open banking, o objetivo é permitir o compartilhamento de mais informações e serviços bancários entre instituições e pessoas, dando mais oportunidades de investir para o cliente de varejo. Essa é uma importante etapa para o desenvolvimento do setor financeiro no país, uma vez que moderniza a troca de informações e a disponibilização de serviços.
O open banking é composto por quatro fases:
1. Compartilhamento de dados entre instituições financeiras: na primeira fase, será possível que instituições financeiras compartilhem entre si informações de canais de atendimento e de produtos e serviços. De início, não há compartilhamento de informações com os clientes.
2. Compartilhamento de dados entre clientes e instituições financeiras: na segunda fase, o cliente pode optar por compartilhar seus dados com instituições financeiras. É o cliente quem determina se e quais dados serão compartilhados.
3. Oferta de serviços para o cliente: na terceira fase, haverá uma melhora na experiência do cliente, que poderá contar com serviços financeiros através de sites e aplicativos sem a necessidade de abrir seu app de conta bancária de forma separada.
4. Ampliação de soluções: por fim, na quarta fase (a fase dos open investments), dados de produtos e serviços financeiros serão mais acessíveis para o cliente. Entre os exemplos, podem ser citados dados de investimentos, seguros e câmbio.
O processo dos open investments consiste, como já mencionado, em oferecer mais informações sobre serviços financeiros aos clientes, como seguros, investimentos e câmbio. Além disso, outros dados importantes serão mais acessíveis ao cliente de varejo.
Essa fase 4 do projeto de open banking está prevista para começar em dezembro de 2021, melhorando pontos que não foram priorizados nas três fases anteriores. No entanto, mesmo antes da iniciação oficial dessa fase do projeto, muitas instituições já estão se tornando mais transparentes, oferecendo informações mais detalhadas sobre serviços financeiros através de seus canais de comunicação.
O foco da fase dos open investments é o cliente do varejo, uma vez que ele acaba sendo o maior prejudicado pela falta de informações financeiras. Sendo assim, com sua implementação, o cliente de varejo (a maior fatia dos clientes bancários) terá acesso a melhores informações sobre produtos e serviços financeiros.
Existem diversos benefícios que o sistema de open investments pode trazer ao mercado financeiro brasileiro. O primeiro deles é o fato de que clientes terão maior autonomia na hora de tomar suas decisões financeiras, pois terão informações mais acessíveis e poderão escolher produtos e serviços de maior qualidade, além de monitorar suas aplicações.
Isso é algo muito positivo, uma vez que muitos clientes de varejo acabam investindo seu capital na poupança e em fundos de investimentos com altas taxas, já que não possuem informações de qualidade disponíveis.
O segundo ponto importante é a melhora dos serviços bancários, que precisam otimizar seus processos de know your customer e suitability, por exemplo. Outro serviço bancário que pode ser melhorado é o de acompanhamento de ganho de capital com investimentos e acompanhamento de gastos.
Por fim, todo esse processo pode trazer um grande desenvolvimento econômico, uma vez que diversas empresas podem crescer a partir das demandas dos open investments. Além disso, pessoas com uma vida financeira mais estável (o que será possível graças ao processo) podem fazer gastos mais conscientes, melhorando problemas de desigualdade a longo prazo.
Diversos ativos já foram inclusos na proposta inicial da quarta fase do open banking. Entre eles, destacam-se os títulos de dívida pública (Tesouro Direto) e os títulos privados (como CDBs, LCIs e LCAs). Além disso, outros ativos de renda fixa, como CRIs, CRAs e debêntures também entrarão na implementação dos open investments.
Fundos de investimentos de todo tipo, como fundos de renda fixa, multimercado, fundos de ações e fundos cambiais também estão inclusos, bem como os de índice (ETFs, como são popularmente conhecidos).
Por fim, as ações de companhias listadas na bolsa de valores também estarão contempladas nessa fase. Ainda que não haja nenhuma informação sobre fundos imobiliários, é possível que suas informações também sejam incluídas em um segundo momento.
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