Planos de saúde podem chegar a 40% de reajuste em 2022

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Mateus
Publicado em 23/06/2022, às 16h29 - Atualizado às 17h29

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Quando falamos sobre saúde no Brasil, temos algo extremamente complexo em mãos, e temos uma discussão delicada que deve ser tratada com o máximo de reflexões e entendimento possível.

Temos o SUS, o Sistema Único de Saúde, que é uma referência internacional em saúde pública, e que todos os dias permite que milhões de pessoas sejam atendidas sem terem que gastar uma fortuna com saúde particular.

Isso tudo não significa que o SUS é perfeito. Ele tem sim muitos problemas, que em sua grande maioria é causado pela situação política que vivemos. O SUS é praticamente um refém do sistema, e ele acaba pagando o preço pela política mal feita em nosso país. 

Para se ter ideia, existem lugares do Brasil com a política tão ruim, que deixaram o SUS tão sucateado que a fila de espera por seu atendimento pode chegar a 10 anos.

Isso não significa de forma alguma que ele deva acabar, mas sim que devemos lutar para que ele siga melhorando. Porém, isso é uma luta para ser travada a longo prazo, a curto prazo as pessoas que tem condição encontraram nos planos de saúde uma forma de conseguir atendimentos mais rápidos.

Hoje no Brasil existem diversas empresas que trabalham com planos de saúde e existem vários em diferentes níveis, algumas até que oferecem atendimento com psicólogos, sendo realmente algo muito útil quando se tem condições de pagar um plano.

O problema é que a partir de agora, o número de pessoas que vai ter condições de pagar um plano de saúde pode cair drasticamente, isso porque os preços dos planos estão prestes a subir assustadoramente, fazendo com que as pessoas talvez tenham que escolher entre o plano ou outros gastos com a saúde, como o seguro de vida, por exemplo.

O aumento nos preços

O que acontece é que recentemente, a ANS, Agência Nacional de Saúde Suplementar, autorizou um reajuste nos planos de saúde tanto familiares como individuais. O reajuste seria em 15,5%, a maior taxa de reajuste dos últimos 22 anos. 

Apesar de ser apenas 15,5%, esse número pode ficar muito maior dependendo da situação específica de cada plano. Isso porque o reajuste anual não é a única coisa que o cliente precisa se preocupar. 

Além dele, as operadoras têm a liberdade de aumentar o valor das mensalidades sempre que existe uma transição de faixa etária. Quanto mais alta a idade, maior o aumento, sendo que esse aumento pode acontecer até os 59 anos de idade.

Esse valor alarmante foi descoberto pela equipe de cientistas cujo professor da Faculdade de Medicina da USP, a Universidade de São Paulo, Mário Scheffer foi o líder juntamente da professora da UFRJ, A Universidade Federal do Rio, Ligia Bahia, que juntos se basearam nos dados da própria ANS para chegar no valor. A ANS inclusive divulgou pela primeira vez os valores comerciais das operadoras e dos convênios, com o levantamento final publicado no blog Política Saúde.

Para chegarem no resultado final, foram usados como base 3,5 mil planos, além de 468 operadores. Dessa forma, eles chegaram à conclusão de que alguns planos podem chegar a 43,1% de aumento. E os mais prováveis a ter um aumento desse número são as pessoas entre 54 e 59 anos, sobretudo as que recentemente migraram para essa faixa de idade. 

Segundo as regras estabelecidas pela ANS, existem 10 grupos etários que podem ter seus valores aumentados, mostrando assim que muita gente vai ser afetada.

E vale lembrar ainda que as pessoas de 34 a 38 anos podem ter o aumento em até 25,3%, e as crianças e adolescentes aumento de até 15,5%.

Segundo Scheffer, esse tipo de cobrança nesse momento econômico é extremamente preocupante.

— Nesse momento de recessão econômica e perda de poder aquisitivo da população. Os idosos estão sendo expulsos de forma pecuniária da saúde suplementar. A pessoa paga o plano a vida inteira e quando chega aos 59 anos, e mais precisa, não consegue arcar com os custos mais.

Situação alarmante

O plano de saúde sempre foi a forma que pessoas com um pouco de condição tiveram para poder conseguir um sentimento prioritário, sendo um pouco menos dependente do sistema de saúde, mas agora com esse aumento, o nível financeiro de quem vai poder contratar esse tipo de serviço vai mudar.

Agora apenas pessoas com mais condições poderiam pagar pelos planos, fazendo com que mais pessoas recorrem ao SUS, que como já dissemos no começo, segue sendo sucateado.

Isso é claro apenas gera mais preocupação nas famílias, principalmente a longo prazo, uma vez que agora, se recuperando dos efeitos de uma pandemia, a saúde deveria ser uma prioridade, deveria ser um direito de todos, mas infelizmente cada vez mais ela vem se tornando um item de luxo no nosso país.

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