FINANCIAMENTO

Piso de financiamento habitacional: saiba o que mudou com as novas regras

Redução no piso de juros cobrados pode conceder até R$ 14 bilhões em crédito imobiliário.

Henrique
Publicado em 26/11/2020, às 10h19 - Atualizado às 10h25

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Em outubro deste ano, a Caixa Econômica Federal anunciou algumas mudanças. Ela estabeleceu novas regras de financiamento imobiliário e um piso para a taxa de juros destinados ao financiamento de imóveis de pessoas físicas, que utilizam recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).

Agora, a linha de crédito indexada pela Taxa Referencial (TR) apresenta um valor mínimo de TR + 6,25%. O máximo de juros que pode haver é de TR + 8%, o que representa uma queda de 0,5%. Os clientes já podem aplicar esses valores no simulador habitacional fornecido pela instituição.

A expectativa da Caixa é que essa mudança ajude a conceder R$ 14 bilhões em crédito imobiliário para financiamentos do tipo SBPE, feitos até o fim de 2020. Em outubro, o banco atingiu a marca histórica de R$ 500 bilhões em financiamentos da casa própria, com 5,6 milhões de contratos.

Só em agosto deste ano, quase 45% dos contratos firmados pela instituição foram feitos com recursos do SBPE. O aumento no valor dos empréstimos da modalidade é perceptível: entre janeiro e agosto de 2020, o montante mais que dobrou em relação ao mesmo período do último ano, passando de R$ 14,51 bilhões para R$ 29,4 bilhões.

Atualmente, a Caixa é responsável por 69% do crédito imobiliário nacional, sendo que, para a população de condição financeira mais baixa, essa participação é de 97,4%. Com as alterações, a instituição espera que 830 mil famílias sejam impactadas, com R$ 83 bilhões em recursos disponíveis para o financiamento.

Redução no valor das parcelas

A mudança faz com que o valor pago nas prestações mensais do financiamento sejam inferiores, além de manter o setor aquecido. Para exemplificar o impacto, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, mostrou uma simulação de financiamento de um imóvel avaliado em R$ 200 mil, com pagamento ocorrendo ao longo de 30 anos.

Levando-se em conta a taxa que era cobrada em 2018, composta pela TR mais 8,75%, a primeira prestação teria um valor de R$ 1958,48. Com as novas regras, a parcela cai para R$ 1568,52, o que corresponde a uma redução de 25% em relação à prestação anterior.

Outra comparação foi feita em relação à taxa IPCA + 2,95%, que é oferecida pela Caixa desde agosto do último ano. Com ela, a parcela mensal teria o valor de R$ 1040,70, uma quantia 46% menor que a cobrada em dezembro de 2018.

Outras mudanças

Além da diminuição da taxa de juros, a Caixa anunciou outras mudanças em relação ao financiamento. Ela permitiu que seja feito o pagamento parcial das prestações, com o intuito de ajudar famílias que passam por dificuldades a pagarem as parcelas de maneira integral.

Agora, estas famílias têm a possibilidade de pagar 75% do valor da prestação por até 6 meses. Outra alternativa é pagar entre 50% e 75% do valor combinado em contrato por até 3 meses. Essas opções já estão disponíveis no aplicativo Habitação da Caixa. Com a medida, o banco espera que 620 mil clientes sejam beneficiados.

A instituição também determinou a renovação da pausa de 6 meses no pagamento das prestações. Válida para contratos novos de financiamento de imóveis recentes, a parada vale para contratações até 30 de dezembro.

Por meio dessa pausa, as pessoas físicas podem iniciar o pagamento integral da parcela após seis meses da contratação. Neste meio-tempo, elas serão responsáveis pelo pagamento de seguros e da taxa de administração do contrato.

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