Saiba mais sobre a ação de desodorantes e antitranspirantes
Um hábito muito frequente dos brasileiros é passar desodorante após o banho. Isso porque o produto coíbe o mau cheiro característico do suor produzido, principalmente, nas axilas. Por isso mesmo, você estará bem mais tranquilo, sem correr o risco de chegar em um ambiente exalando aquele cheirinho característico, o famoso “cecê”.
No entanto, muita gente tem se perguntado se o uso contínuo do desodorante não estaria associado a algumas doenças. Isso porque há quem diga que existe uma associação entre o uso de desodorantes e antitranspirantes com, por exemplo, câncer e a doença de Alzheimer. Mas será verdade mesmo?
Antes de mais nada, é importante diferenciar o desodorante do antitranspirante, porque, apesar de terem o mesmo objetivo final, diminuir o mau cheiro próprio da transpiração, eles têm ações diferentes.
O desodorante é considerado como um antimicrobiano, isto é, tem a ação de controlar as bactérias que causam o mau odor na região. Já o antitranspirante, tem uma ação diferenciada, ao bloquear as glândulas sudoríparas, evitando, assim, o excesso de suor. Em resumo, o desodorante age no odor, enquanto o antitranspirante controla a liberação do suor.
Existem alguns estudos que mencionam uma substância muito presente tanto nos desodorantes, quanto nos antitranspirantes, que estaria relacionada a doenças como câncer de mama e Alzheimer.
Trata-se do alumínio que aparece como cloridrato, cloreto ou cloridróxido de alumínio na composição desses produtos. Ele é um tipo de pó muito fino que tem por objetivo obstruir os ductos sudoríparos, impedindo a eliminação do suor. A depender das versões dos cosméticos, que prometem uma ação de 24, 48 e até 72 horas, a concentração desse alumínio será maior.
No entanto, não existe nenhum tipo de comprovação científica que ateste, com certeza, que o uso de desodorantes e antitranspirantes acarrete essas doenças. Quem confirma isso são instituições de grande credibilidade, como a Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Isso não significa dizer que o uso de tais cosméticos não possa acarretar processos alérgicos, respiratórios ou de pele, a depender da forma de uso e da quantidade diária utilizada.
Por outro lado, existem estudos que demonstram que o uso prolongado de tais produtos pode acarretar maior sensibilidade da pele. Uma pesquisa da Universidade Melbourne, na Austrália, sugere que o número de pessoas sensíveis a desodorantes e antitranspirantes aumentou em quatro vezes nos últimos 16 anos.
Isso porque eles usaram, como comparação, um estudo realizado em 2002, em que 3% dos participantes foram diagnosticados com a chamada sensibilidade química múltipla (MCS, na sigla em inglês), 10% a menos que o levantamento atual, de 13%. Tal pesquisa demonstra que, de alguma forma, esses produtos podem gerar reações alérgicas, causando mal-estar e desconforto em uma pequena parcela da população.
Para evitar quaisquer riscos, vale a pena adotar alguns cuidados no dia a dia, antes e depois de usar o seu desodorante ou antitranspirante. Por exemplo, durante o banho, dê preferência aos sabonetes antissépticos, que vão ajudar a eliminar as bactérias que possam estar acumuladas na região das axilas.
Depois do banho, enxugue bem o corpo, com especial atenção às axilas, já que se houver umidade, é possível que haja proliferação de bactérias e, consequentemente, aumento do mau cheiro na região.
Se seu cosmético for em formato de aerossol ou spray, aplique-o a uma certa distância da pele e em uma quantidade mínima. A inalação desse tipo de substância pode ser prejudicial à saúde, principalmente no que diz respeito às alergias respiratórias. Por fim, escolha produtos que não contenham álcool, parabenos e corantes, pois eles podem causar escurecimento e vermelhidão na pele.
Comentários