Descubra se vale a pena viajar para a Europa agora ou no ano que vem e confira a nova regra para entrada de brasileiros em países europeus a partir de 2022.
Mateus
Publicado em 03/12/2021, às 10h53 - Atualizado em 09/12/2021, às 09h58
A liberação do turismo em alguns dos principais destinos europeus tem estimulado muita gente a viajar para a Europa ainda este ano. Com cada vez mais países abertos para brasileiros no continente europeu, a famosa demanda reprimida por viagens dá os primeiros sinais de queda — especialmente no caso das pessoas que tiveram que interromper os planos há quase dois anos e têm créditos em voos e vouchers de hospedagem prestes a expirar.
Mas será que este é um bom momento para viajar? Mesmo com uma eventual economia nas passagens aéreas, que ainda não refletem uma alta na demanda, a preocupação com a pandemia de Covid-19 não deve ser descartada agora que o inverno europeu está chegando.
Na área da Europa conhecida como Espaço Schengen, países estão enfrentando um aumento da contaminação por coronavírus. Nas últimas semanas Alemanha, Áustria e Holanda têm enfrentado protestos anti-vacina e contra novas medidas de combate à propagação.
Uma nova onda de Covid 19 vem crescendo ultimamente na região por conta de uma série de fatores. Entre eles, está a prevalência da variante Delta. Segundo o médico sanitarista Gonzalo Vecina Neto, professor da faculdade de saúde pública da USP, a cepa que se espalha pela Europa é proveniente da Índia e tem uma capacidade de transmissão maior do que as variantes que estavam circulando pelo continente. Além disso, a temporada de baixas temperaturas aumenta o risco por conta das aglomerações em ambientes fechados.
A Organização Mundial da Saúde alerta para a necessidade de providências urgentes para evitar que a situação tenha consequências piores que as das ondas anteriores nos países europeus recomendando que o uso de máscaras volte a ser exigido, que o ritmo da vacinação seja ampliado e que sejam introduzidos novos tratamentos o quanto antes.
O diretor regional da OMS para Europa, Hans Clugue, defende a implantação dos passaportes de vacinação como um instrumento para garantir a liberdade individual e, como um último recurso, cogita a vacinação obrigatória após um amplo debate sobre o tema.
Mesmo nos países que apresentam melhores números na pandemia, com altas taxas de vacinação e menor incidência da doença, a época pede cautela. Sobre isso, o professor Vecina comenta “Essa é uma doença de veiculação aérea. Se você ficar fechado em um lugar, sem máscara, há uma capacidade maior de disseminação. Então, apesar do alto nível de proteção que a população de Portugal tem, o frio é fator de risco”.
Saúde, segurança e liberdade de movimentação são pontos importantes a se considerar para que os primeiros movimentos de turismo pós-pandemia não provoquem uma piora nesse quadro. Por isso, o ideal é programar as viagens evitando o período de verão no hemisfério norte. Afinal, as datas mais próximas ao mês de maio e ao mês de setembro têm temperaturas mais amenas e menor circulação de europeus em férias.
As restrições à entrada de brasileiros na Europa vêm sendo flexibilizadas em um número cada vez maior de países, ainda que vinte milhões de pessoas não tenham completado o esquema vacinal em nosso país. Com a atual aceleração das campanhas de vacinação no Brasil, não há perspectiva de recuo nos planos de retomada das viagens corporativas ou de turismo para quem planeja viajar à Europa a partir de 2022.
Algumas das medidas que estão sendo tomadas por autoridades europeias devem surtir efeito na contenção do avanço da 4ª onda de COVID. Tanto que a Organização Mundial de Saúde considera drásticas a adoção de quarentena na Áustria para enfrentar o problema da cobertura vacinal insuficiente devido aos conflitos ideológicos que dividem o país.
Além disso, é importante estar alerta quanto ao início de operações do ETIAS (Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens). Esse novo requisito de viagem não tem relação com as medidas sanitárias e está em desenvolvimento desde antes da pandemia para aprimorar a segurança nos deslocamentos entre o Espaço Schengen — constituído por 26 países que adotam uma política de liberação de controles entre fronteiras internas.
Para circular nessa área, os cidadãos de mais de 60 países de fora da União Europeia (inclusive o Brasil) vão ter que obter uma autorização ETIAS antes de viajar para a Europa. O processo é totalmente online e vai confirmar a isenção de visto para viagens de turismo, negócios ou trânsito, que podem entrar e se locomover entre todo esses países por até 90 dias a cada período de 180 dias.
O ETIAS vai ficar vinculado eletronicamente ao passaporte dos viajantes que obtiverem essa autorização e terá validade para múltiplas viagens no prazo de até 3 anos (ou até a expiração desse documento).
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