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Demografia Médica Brasileira entenda os números da profissão

Segundo a projeção demográfica, até 2035 o Brasil deve ter mais de 1 milhão de médicos

Mateus
Publicado em 26/10/2023, às 17h00

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Grupo de médicos no hospital - Freepik
Grupo de médicos no hospital - Freepik

Com o objetivo de conhecer melhor a população médica no país, suas características e distribuição por regiões, o Conselho Federal de Medicina (CFM) realiza desde 2010 o projeto Demografia Médica Brasileira.

A pesquisa, que é fruto de uma parceria entre a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), traz dados importantes, como o aumento do número de médicos especialistas pelo país — fato associado à expansão de especializações, a exemplo da residência médica da USP.

A Demografia Médica Brasileira foi lançada em fevereiro de 2023, mas sofreu algumas atualizações em razão da publicação do Censo Demográfico Brasileiro em agosto deste ano. Isso faz com que ela considere, entre outros dados, a informação de que o país tem uma população atual de 203 milhões de pessoas.

Principais pontos da Demografia Médica 2022/2023

A pesquisa que culminou na publicação da Demografia Médica Brasileira foi estruturada com base em três aspectos principais: estudos demográficos da população de médicos no Brasil, estudos sobre formação e profissão e, por fim, inquéritos sobre Residência Médica e trabalho médico no país.

Para a concretização do censo, houve o apoio conjunto do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Faculdade de Medicina (FFM).

Aumento no número de médicos especialistas

Segundo a pesquisa, o Brasil teve um aumento de 84% no número total de registros de médicos titulados, saindo da casa dos 268,2 mil em 2012 para 495.716 em 2022. De acordo com a AMB, esse dado pode ser considerado um feito inédito e está intimamente relacionado ao crescimento da Residência Médica no país.

São 321.581 médicos com um ou mais títulos de especialistas, lembrando que um mesmo profissional pode ter vários títulos diferentes. Esse número corresponde a 

62,5% dos profissionais que estão exercendo a atividade no Brasil contra 37,5% dos médicos generalistas (que não possuem nenhuma especialização).

Crescimento da população médica

Um total de 251.362 novos médicos ingressaram no mercado de trabalho brasileiro entre os anos de 2010 a 2023 — fato associado à expansão do número de cursos e de vagas para a graduação em medicina. Até janeiro, havia 562.229 médicos inscritos nos 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) do Brasil.

Isso significa que o número de médicos atuantes mais que dobrou desde os anos 2000, quando o país tinha 239.110 médicos. Ao considerar a população brasileira (que teve um crescimento de cerca de 27%) com a população médica ativa, teremos uma média nacional de 2,6 médicos por mil habitantes. 

Distribuição médica por região

Apesar de todos esses números, há uma disparidade significativa no número de médicos atuantes em relação às regiões do país. As taxas do Norte e Nordeste são menores que a média nacional (respectivamente, de 1,45 e 1,93 médicos por mil habitantes), ao contrário do Sudeste, Centro-Oeste e Sul (com 3,39, 3,10 e 2,95 médicos por mil habitantes).

Isso também acontece quando consideramos a presença médica em capitais, regiões metropolitanas e cidades do interior, o que corresponde a 312.246, 44.824 e 225.996 médicos. Nessa ordem, a distribuição de profissionais a cada mil habitantes fica em torno de 6,13, 1,14 e 1,84.

‘Feminização’ da profissão

Outro dado interessante é a chamada “feminização” da profissão médica, ou seja, o aumento do número de mulheres médicas no Brasil. A estimativa é de que, em 2024, a proporção seja de 50,2% de indivíduos do sexo feminino atuando na área, número que tinha saído de 40,5% em 2009 para 48,6% em 2022.

No entanto, apesar desse aumento da presença feminina, a desigualdade de renda continua sendo um problema. Segundo dados que consideram as declarações do Imposto de Renda do ano-base de 2020, as mulheres médicas declararam ter rendimento médio anual 36,3% menor que os colegas homens.

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