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Conheça regras do Ibama para criar animais silvestres em casa

Ter um animal silvestre requer, além de cuidado e atenção, uma licença do Ibama.

Henrique
Publicado em 16/07/2021, às 13h34 - Atualizado às 14h36

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Pixabay
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Ter um animal de estimação em casa faz muita diferença na nossa vida, pois se trata de um ser vivo com suas próprias necessidades, características e temperamento, mas que, ao mesmo tempo, nos ajuda a desenvolver laços de verdadeiro afeto.

Enquanto a maioria das pessoas se contenta em ter um cachorro, um gato, hamster ou até mesmo um peixe de aquário, há quem prefira ir além e adquirir pássaros silvestres, como o papagaio, e bichos nada convencionais como cobra, iguana ou até mesmo um furão.

A questão é que, além de não serem domesticados, para se ter esse tipo de animal em casa é preciso de autorização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, o Ibama. Só com isso você terá a segurança de ter um animal silvestre em casa sem maiores problemas.

O que são animais silvestres?

O Ibama classifica como fauna silvestre nativa todas as espécies de animais que não sejam exóticas nem domésticas, isto é, que tenham todo ou parte do ciclo de vida no território nacional. As espécies vindas de outros lugares, de acordo com essa definição, são consideradas exóticas.

Portanto, animais silvestres são aqueles que vivem livremente na natureza sem a interferência direta do ser humano. Eles têm seus próprios hábitos de caça, reprodução, descanso, etc. e não são facilmente domesticáveis, como os nossos pets — exatamente por serem animais silvestres.

No entanto, é exatamente essa excentricidade desses animais que faz com que muitas pessoas queiram tê-los em casa como animais de estimação. O pior é que, grande parte desses bichos, é advindo do tráfico ilegal de animais — que chega a ser o terceiro maior no ranking do comércio ilegal no mundo.

Infelizmente, o Brasil também entra nessa história como um dos grandes exportadores ilegais desses bichos, segundo a ONG World Wide Fund for Nature (WWF). 

Estima-se que 38 milhões de espécies sejam retiradas anualmente pelo tráfico de animais, segundo a Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres (Renctas). O número assusta e pode até ser maior, o que aumenta a preocupação sobre esse assunto.

Um dos grandes problemas acerca do tráfico de animais é relativo às condições precárias em que essas espécies são transportadas, a separação dos filhotes das mães sem o tempo necessário de desmame, bem como a falta de cuidado, higiene e alimentação — o que faz com que muitos desses bichos morram no trajeto.

Todas essas questões precisam ser levantadas para que a pessoa que deseja adquirir um animal silvestre tenha consciência da responsabilidade que terá ao adotar um animal desses. Se esse é o seu caso, saiba que é possível, mas requer cuidados extras.

Autorização do Ibama

O primeiro passo na hora de adquirir um animal silvestre é saber se ele tem autorização do Ibama. Caso contrário, será necessário que o animal adquirido venha de um criadouro legalizado. Do contrário, você pode sofrer com multas e até mesmo correr o risco de ser preso.

Portanto, faça o seu cadastro prévio como criador amadorista no Ibama, no site da instituição, através do serviço Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre (SisFauna). A seguir escolha a categoria de animal que você pretende criar, a exemplo de um pássaro.

Após isso, é preciso se dirigir a uma unidade do Ibama com os documentos já solicitados e esperar pela homologação e emissão de um boleto da licença — essa licença é relativa à espécie que você pretende ter. Com tudo certo, você já pode se dirigir a um criadouro devidamente autorizado e adquirir seu animal silvestre.

Lembre-se de conhecer profundamente a espécie a qual você está disposto a ter em casa, sabendo quais alimentos dar, como são seus hábitos e, principalmente, tenha um veterinário especializado à sua disposição para recorrer em caso de doenças e mudanças de comportamento.

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