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Como preparar a empresa para a inclusão do surdo no trabalho?

Confira algumas dicas

Mateus
Publicado em 11/01/2022, às 11h33 - Atualizado em 12/01/2022, às 11h19

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O mundo está em constante expansão e as empresas precisam se adaptar a diversas novas maneiras de fazer negócios e incluir diferentes colaboradores em seu corpo de funcionários. Lidar e empregar um surdo deve ser uma das prioridades de qualquer empresa que queira mostrar um processo de inclusão bem feito.

Pensando nisso, o texto de hoje irá abordar como preparar a sua empresa para a inclusão de pessoas surdas no quadro de funcionários, explorando a importância de realizar essas ações voltadas para elas e os cuidados necessários durante o processo.

Embora as pessoas surdas sempre tenham existido, foi com o decorrer dos anos que as empresas começaram a se adaptar e entender mais a fundo como esses profissionais podem ser estimulados, além de compreender a importância e a necessidade da inclusão dos mesmos.

Desde empresas de box para banheiro SP até grandes logísticas podem oferecer trabalhos cujo surdos consigam realizar. 

A única real exceção são trabalhos que necessitam da audição para serem realizados, como por exemplo, técnicos de músicas e efeitos sonoros.

Não é à toa que existem até mesmo leis que obrigam empresas com mais de 100 pessoas, como uma empresa de ônibus fretado, que possuam entre 2% a 5% do seu quadro de funcionários com pessoas com as mais variadas deficiências.

Como os surdos se enquadram nesse meio, eles acabam entrando nesse pequeno percentual, porém, o que acontece muito são que os mesmos ocupem cargos sem grandes perspectivas de crescimento, criando uma falsa inclusão social na empresa.

Ou seja, apesar de estarem ali presentes, a possibilidade de crescer dentro de uma loja de equipamentos odontologicos, por exemplo, é mínima. E isso não é inclusão, é a empresa apenas cumprindo uma lei para não ser punida.

Por isso, para ficar por dentro de como a sua empresa pode realmente abraçar essas pessoas e oferecer formas de trabalho e maiores perspectivas de vida, além de se beneficiar com essas ações, confira os tópicos a seguir.

O impacto da inclusão

É fundamental que toda empresa que começa a trabalhar com a inclusão de deficientes em seu ambiente de trabalho primeiro entenda os reais problemas que eles enfrentam, para que assim, seja mais fácil adaptar o ambiente à necessidade de cada um.

Seja na administração de condomínios e síndico profissional ou através de empresas com trabalho manual, infelizmente, é comum que deficientes sofram algum tipo de preconceito e discriminação, e o trabalho da sua empresa é investir em uma mudança tanto do ambiente físico quanto no social.

Preconceito pelas suas limitações, falta de assistência e o não reconhecimento de suas habilidades e competências são apenas alguns dos problemas que surdos e pessoas com deficiência enfrentam. 

Quanto melhor a sua empresa lidar com isso, mais impactante será na vida desses indivíduos e mais inclusiva será.

Dessa forma, mesmo que uma fábrica de carroceria metálica deve saber quais as áreas da companhia que surdos podem possuir papéis em destaque e melhorar a qualidade de vida dos mesmos. 

Porém, alguns pontos que toda empresa deve evitar ao máximo ao praticar e desenvolver o processo de inclusão é:

  • Demonstrar sentimento de pena pelo colaborador;
  • Não disponibilizar recursos e ferramentas ao funcionário;
  • Criar um ambiente hostil para o quadro de colaboradores;
  • Insistir em métodos apenas antigos de políticas internas da marca.

É preciso o entendimento de todas as pessoas da empresa que, apesar da deficiência de uma pessoa ser uma condição, não deve ser tratada como doença. 

Diante disso, surdos não devem ser subestimados ou tratados como se não fossem capazes de realizar alguma ação que não necessite de audição.

Por exemplo, um surdo não seria efetivo ao vender suplemento mineral e vitaminico por telefone, mas isso não significa que suas habilidades não possam ser excepcionais realizando atendimentos online via e-mails e chat.

Novamente, por não serem distraídos comumente e por darem mais valor a vagas e oportunidades melhores, os surdos podem desempenhar um trabalho muito melhor do que muitos profissionais que são encontrados no mercado de trabalho.

É comum que pessoas surdas sejam priorizadas na contratação, isso porque a empresa não precisa realizar mudanças físicas na estrutura do lugar.

Mas, para que a inclusão seja feita de maneira natural e orgânica, é preciso esforço e muito investimento por parte da empresa, principalmente em ações cotidianas. 

Sendo assim, os tópicos a seguir irão melhor exemplificar como até marcas de terceirização serviços gerais pode ser inclusiva oferecendo algumas dicas.

1. Capacite uma equipe especializada

Essa equipe deve ser responsável pela contratação e admissão das pessoas surdas ao ambiente de trabalho de forma que não agrida os direitos das mesmas, não seja preconceituosa ou mostre capacitismo durante o processo.

Dessa forma, evita-se a discriminação, coisa que nenhum ser humano deve sofrer, e aumenta as possibilidades do surdo se sentir mais a vontade no ambiente de trabalho que pode estar prestes a entrar, já criando uma certa empatia logo de cara.

Quanto mais orgânico e comum for a contratação, mais tranquilo e funcional será para ambas as partes, mesmo que a vaga seja para algo específico com a manutenção de um sistema de vendas para representantes.

2. Utilize a tecnologia a seu favor

A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência exige que as empresas adotem qualquer tecnologia, ferramenta, recurso, assistência, facilidade, serviços ou dispositivos que ofereçam as ferramentas necessárias para que o surdo consiga desenvolver o seu trabalho de forma correta.

O mundo de hoje está cada vez mais tecnológico e diariamente são encontrados softwares, hardwares, alternativas, maquinários e até mesmo produtos que facilitam todo o processo de trabalho de pessoas, e os deficientes estão inclusos nesse meio.

Portanto, não tenha receio em investir em tecnologia para surdos. Quanto mais a empresa facilitar o trabalho para eles, mais irão produzir e trazer benefícios e produtividade para a marca.

3. Faça treinamentos no quadro de funcionários

A empresa deve estar disponível e se adaptar às mudanças necessárias para que os novos funcionários sejam incluídos. 

Porém, os antigos colaboradores que ainda estão no quadro de funcionários precisam ser treinados para saber lidar com essas pessoas que, apesar de iguais às comuns, possuem algumas limitações.

Tal treinamento serve para promover a igualdade entre todos e diminuir a chance de preconceitos e discriminação.

Cabe à empresa disponibilizar palestras, aulas de libras e atividades integrativas que ajudem todos a se comunicarem e se sentirem como uma única equipe.

Isso reflete diretamente em políticas de comunicação interna, onde a empresa precisa capacitar os líderes ou figuras importantes dentro das equipes para aprender libras, facilitando a comunicação de todos dentro daquele meio.

4. Progressão de carreira real

Essa é uma realidade que já foi abordada anteriormente no texto, mas vale a pena trazê-la à tona. Uma empresa que decide realizar uma inclusão verdadeira e significativa em seu meio precisa levar oportunidades reais para os surdos que trabalham nela.

Muitas pensam que apenas oferecer o trabalho já é mais do que o suficiente e que já está fazendo o seu trabalho, além de cumprir a lei. 

Mas a verdade é que o preconceito e a discriminação começa de cima e o simples fato de não oferecer as mesmas oportunidades para todos que ali trabalham mostra quais marcas estão interessadas na inclusão.

5. Estimule a comunicação visual da empresa

Pessoas surdas não irão reconhecer qualquer estímulo sonoro, como o chamar do próprio nome. 

Sendo assim, a marca deve investir em estímulos visuais para que os mesmos consigam se encontrar e corresponder às expectativas que se colocam sobre os surdos como trabalhadores.

Sinais luminosos são um ótimo exemplo disso. Indo um pouco mais além, o espírito de equipe também deve ser estimulado e fortificado, para que outros membros do grupo ajudem o surdo caso ele precise e caso ele queira.

Considerações Finais

O texto de hoje abordou como preparar a sua empresa para a inclusão do surdo no trabalho e como realizar tal ação de forma orgânica e natural, sem discriminar ou ferir a integridade das pessoas com preconceito ou capacitismo.

Apesar de ser menos comum do que gostaríamos que fosse, os surdos têm conseguido ganhar mais espaço do que antigamente em respectivas empresas, mas ainda é necessário um longo trabalho para que tudo cresça e se expanda um pouco mais.

Por isso, estude ao máximo e verifique a melhor maneira de realizar tal inclusão, mas nunca se esqueça o tanto que a sua marca tem a ganhar com isso e como ela pode impactar positivamente a vida de tantas pessoas, principalmente no mercado de trabalho.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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