Como é o comportamento de uma pessoa com Parkinson?

A doença de Parkinson é uma condição neurológica que afeta os movimentos, a postura e o equilíbrio das pessoas que a desenvolvem. Ela é causada pela degeneração de células nervosas no cérebro que produzem um neurotransmissor chamado dopamina, responsável por coordenar os impulsos nervosos que controlam os músculos. A falta ou diminuição da dopamina leva a sintomas como tremor, rigidez, lentidão e instabilidade, que podem variar de intensidade e progressão em cada caso.

Mas como é o comportamento de uma pessoa com Parkinson? Como essa doença afeta a sua vida diária, suas emoções e sua comunicação? Neste artigo, vamos abordar alguns aspectos do comportamento de quem tem Parkinson e como lidar com eles.

Alterações na fala e na escrita

Um dos sintomas da doença de Parkinson é a dificuldade para falar, que pode se manifestar como uma voz rouca, arrastada, baixa ou monótona. Isso acontece porque os músculos da boca, da língua e da garganta ficam mais rígidos e lentos, dificultando a articulação das palavras. Além disso, a pessoa com Parkinson pode ter problemas para iniciar ou manter uma conversa, perder o fio da meada ou repetir as mesmas coisas.

A escrita também pode ser afetada. A pessoa pode ter dificuldade para segurar a caneta, fazer movimentos precisos ou coordenar a mão com o olhar. A letra pode ficar menor, mais apertada ou ilegível. A pessoa também pode ter problemas para organizar as ideias, escolher as palavras ou seguir as regras gramaticais.

Para melhorar a comunicação de quem tem Parkinson, algumas dicas são:

• Falar devagar, pausadamente e com clareza, articulando bem as palavras;
• Usar frases curtas e simples, evitando rodeios ou ambiguidades;
• Repetir ou reformular o que foi dito se não for compreendido;
• Usar gestos, expressões faciais ou recursos visuais para complementar a fala;
• Procurar um fonoaudiólogo para fazer exercícios que fortaleçam os músculos da fala e da deglutição;
• Escrever em letras grandes, espaçadas e legíveis, usando papel pautado ou quadriculado;
• Usar um computador ou um celular com teclado adaptado ou reconhecimento de voz para facilitar a escrita;
• Revisar o que foi escrito antes de enviar ou publicar.

Alterações no humor e na cognição

Outro aspecto do comportamento de uma pessoa com Parkinson é a alteração no humor e na cognição. A doença de Parkinson pode causar depressão, ansiedade, apatia, irritabilidade, medo ou raiva em algumas pessoas.

Esses sentimentos podem estar relacionados à perda de autonomia, à baixa autoestima, ao isolamento social ou à incerteza sobre o futuro. Além disso, a própria alteração química no cérebro pode influenciar o humor.

A cognição também pode ser comprometida pela doença. A pessoa pode ter dificuldade para se concentrar, memorizar, raciocinar ou resolver problemas. Ela pode ficar mais lenta, confusa ou esquecida. Em alguns casos, pode haver demência, que é a perda progressiva das funções mentais.

Para lidar com as alterações no humor e na cognição de quem tem Parkinson, algumas dicas são:

• Buscar apoio psicológico para expressar os sentimentos e aprender estratégias de enfrentamento;
• Participar de grupos de autoajuda ou associações de pacientes para trocar experiências e informações;
• Manter uma rotina diária que inclua atividades prazerosas, estimulantes e significativas;
  Praticar exercícios físicos regulares que melhorem a circulação sanguínea, a oxigenação cerebral e a liberação de endorfinas;
• Fazer atividades cognitivas que desafiem o cérebro, como jogos, quebra-cabeças, leitura ou música;
• Usar lembretes, agendas, alarmes ou aplicativos para organizar as tarefas e os compromissos;
• Consultar um neurologista para avaliar a necessidade de medicamentos que controlem os sintomas ou retardem a progressão da doença.

Conclusão

A doença de Parkinson é uma condição que afeta não só os movimentos, mas também o comportamento das pessoas que a desenvolvem. Ela pode causar alterações na fala, na escrita, no humor e na cognição, que interferem na qualidade de vida e nas relações sociais.

Por isso, é importante buscar ajuda profissional, apoio familiar e informação qualificada para enfrentar os desafios impostos pela doença. Com tratamento adequado, acompanhamento multidisciplinar e cuidados diários, é possível conviver com o Parkinson e manter uma vida ativa e produtiva.