Dispositivo já está disponível nas redes farmacêuticas do Brasil e pode ser utilizado por pessoas leigas em casa.
Mateus
Publicado em 16/03/2022, às 16h47 - Atualizado em 17/03/2022, às 10h06
Autotestes de Covid-19 já estão disponíveis nas redes de drogarias e farmácias do Brasil. Cinco empresas conseguiram registro de sete produtos do tipo aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O autoteste é semelhante ao teste rápido já feito em laboratórios e farmácias, mas pode ser aplicado em casa por qualquer pessoa.
A venda do produto foi liberada pela Anvisa no final de janeiro deste ano. O primeiro registro, meio necessário para disponibilizar esse tipo de mercadoria para venda, ocorreu em meados de fevereiro. Já no início do mês de março, os exames caseiros começaram a chegar às redes farmacêuticas.
Ao longo do período de análise, foram verificadas pela Anvisa a segurança e a eficácia dos testes. Segundo a Agência, o teste de Covid-19 é seguro, e os critérios avaliados incluíram a regularidade da documentação técnica e a clareza de instruções de uso, armazenamento e descarte, já que pessoas leigas vão usar os dispositivos.
Conforme levantamento feito pela imprensa, os valores variam entre R$ 39,90 e R$ 69,90. O custo é mais em conta quando comparado aos testes de antígenos, que custam em média R$ 110, mas ainda não são acessíveis a toda população. Alguns países contam com distribuição gratuita, como o Reino Unido, e outros com a inclusão na rede pública de saúde, como Canadá e Austrália.
O teste é realizado por meio de swab (um cotonete) que colhe material nasal ou saliva, dependendo do fabricante. A haste é colocada em reação química, que vai para a testagem. Em cerca de 30 minutos, o resultado fica pronto, indicando positivo ou negativo para a presença do vírus.
De acordo com publicação da Anvisa, o exame caseiro deve servir como forma de triagem para os casos de Covid-19. Um resultado positivo, portanto, não poderá ser usado como diagnóstico e nem como atestado médico, por exemplo, em situações de afastamento do trabalho. A orientação é para que pessoas com resultado positivo procurem profissionais da saúde.
O infectologista e membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, em entrevista à imprensa, ressaltou que o uso do autoteste precisa ser feito com cautela. Ele destaca a importância do treinamento e da orientação das pessoas para que os resultados não sejam interpretados de maneira equivocada.
Conforme pronunciamento do Ministério da Saúde, serão feitas orientações sobre o uso dos testes e sobre a necessidade de os resultados serem comunicados às autoridades sanitárias. As ações devem ser promovidas por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 (Secovid).
Quando usado de maneira correta, esse é um dispositivo médico importante no controle da pandemia e na identificação da quantidade de pessoas que já foram infectadas.
Como esse exame é feito de maneira extraoficial, o resultado positivo não gera uma notificação. Contudo, o requerimento de notificação pode ser solicitado junto a instituições médicas e laboratoriais, que podem ser procuradas pelas pessoas que testarem positivamente para a Covid-19, para confirmar ou não o resultado.
A testagem caseira e individual pode trazer benefícios para o contexto epidemiológico da doença. Isso porque, ao auxiliar o diagnóstico e agilizar o isolamento de pessoas infectadas, é possível orientar o tratamento e promover o rastreamento de outros indivíduos que possam ter sido expostos à infecção.
O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Cláudio Maierovitch, em comentário à imprensa, defende o uso do autoteste como estratégia de saúde pública, caso o dispositivo passasse a integrar o Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia é que, com a distribuição gratuita para grupos prioritários, seja possível colocar em prática medidas mais assertivas de isolamento, quarentena e controle.
Comentários
