MERCADO IMOBILIÁRIO

A diferença de preços dos imóveis nos bairros paulistanos

Capital de São Paulo tem diferença expressiva de preços de moradia entre as diferentes regiões da cidade

Henrique
Publicado em 08/10/2020, às 10h10

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Pixabay
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A busca por uma casa nova nem sempre é uma tarefa fácil. Na hora de comprar ou alugar um imóvel novo, muitos fatores devem ser levados em consideração, tanto para quem procura imóveis lançados recentemente, quanto para aqueles que preferem os mais antigos. 

Dentre esses fatores, o preço é um determinante. Em especial, nos grandes centros, dentro de um mesmo município, a variação de preço apresenta grande diferença quando comparada às diferentes regiões da cidade.

Na cidade de São Paulo, não é diferente. Com aluguéis altíssimos, sempre figurando entre os mais caros do país e até do continente, em contraponto, a terra da garoa também oferece regiões com valores mais acessíveis.

Zona Sul no topo da lista

Em São Paulo, o aluguel mais caro da cidade fica para quem decidir morar na Vila Olímpia. Em média, um imóvel por lá tem custo aproximado de 79,17 reais/m². Com valores próximos, na sequência da lista, estão os bairros de Vila Nova Conceição, Berrini, Itaim Bibi e Brooklin Novo. Os dados são do Índice FipeZap.

Concentrados na Zona Sul paulistana, esta região agrupa alguns fatores que motivam a alta dos preços. Um deles é a segurança. Os 5 bairros citados estão entre os 20 menos violentos, com menor taxa de tráfico de drogas e maior policiamento da capital. As informações são da Secretaria de Estado da Segurança de Pública de São Paulo.

Outro fator que influencia a alta taxa de aluguel na região é a grande procura acompanhada pela pouca oferta. É difícil alugar ou comprar um imóvel nos bairros mais caros da cidade. Dessa maneira, mesmo em momentos de crise, o setor se mantém aquecido porque sempre houveram mais interessados em adquirir que vender.

Como consequência, dificilmente, a região é afetada pela desvalorização do setor imobiliário, algo comum, na verdade, em todos os mercados destinados aos bens considerados de luxo, acessíveis a uma pequena parcela das populações.

Além disso, a Zona Sul é uma das regiões mais urbanizadas da cidade. Dessa forma, o acesso a produtos e serviços é facilitado na área, que é bem servida nesse sentido.

Gentrificação da região central

Seguidos da Zona Sul, o Centro e a Zona Oeste oferecem maior variedade de preços com menor distância geográfica. Os bairros República e Higienópolis, por exemplo, ambos no centro da cidade, têm considerável diferença de valores na hora da compra ou da locação de um imóvel.

Enquanto Higienópolis tem apartamentos caros, dignos de Zona Sul, República possui valores exponencialmente mais baratos, sendo, por esse motivo, um bairro bastante popular entre aqueles que escolhem estar próximo das vias de acesso da cidade, mas optam por pagar menos, ou não podem pagar uma fortuna por isso.

Por ser uma região com alta densidade demográfica, o centro também é o preferido de jovens e estudantes, em especial, daqueles profissionais envolvidos no setor criativo. Exatamente por isso, muitos bairros da região sofreram um processo de intensa gentrificação nos últimos anos.

Bairros tradicionais, como Bixiga, Santa Cecília e Vila Buarque, ganharam diversos cafés, livrarias, boates e ateliês de artistas, o que fez o valor do aluguel subir consideravelmente. Dessa maneira, é comum que diversos lugares do centro e da Zona Oeste tenham valores próximos.

Zona Leste tem preços baixos

A Zona Leste de São Paulo continua sendo a região mais barata para se morar na cidade. O bairro Jardim Rodolfo Pirani conta com o menor valor de aluguel da capital: R$ 14,73 / m². No entanto, por ser uma região com grande extensão, a variação de preços também é grande.

Bairros como Tatuapé e Mooca, ambos na Zona Leste da capital, têm valores de aluguel consideravelmente mais altos, quando comparados com outros da mesma região.

De maneira geral, o preço baixo dos imóveis na Zona Leste se dá por motivos opostos ao que acontece na Zona Sul, o que, em muitos casos, reflete uma má distribuição das melhorias implementadas pelos órgãos governamentais. 

Assim, a baixa oferta de transporte público, a ausência de estações de metrô e o fornecimento de saneamento básico, por exemplo, mantêm os preços da região bem abaixo da média da cidade.

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