Um dos pontos que mais se falavam antes das eleições era a reação do mercado. Como a eleição de Biden ou reeleição de Trump poderiam afetar o país e todo o resto do mundo.
Os americanos foram às urnas em 3 de novembro e elegeram Joe Biden como o novo presidente americano. Apesar das recusas iniciais, as diversas derrotas judiciais no pós-eleição vêm dando indícios de que Donald Trump deve aceitar o revés. O atual presidente, mesmo sem admitir o resultado, já autorizou o início da transição.
E um dos pontos que mais se falavam antes das eleições era a reação do mercado. Como a eleição de Biden ou reeleição de Trump poderiam afetar o país e todo o resto do mundo.
O candidato democrata deve seguir a linha de outros presidentes do partido, que apoiaram causas sociais populares e endureceram a vida das empresas durante seus governos, o que de certo modo não é agradável para o mercado. Inclusive, o plano de governo de Biden traz uma proposta de aumento de impostos para as empresas.
No Brasil, os investidores estão bastante receosos com possíveis sanções econômicas prometidas por Biden no período eleitoral. E com isso, a Bolsa de Valores brasileira pode sofrer este impacto.
Muitos investidores já estão remanejando seus investimentos, revendo planos de aposentadoria, fazendo as contas de taxas como a taxa de carregamento da previdência e a taxa de administração para não serem surpreendidos, já que muitos planos investem em ativos da Bolsa americana.
Possibilidade de Senado dividido
Como na Câmara de Deputados, os democratas devem continuar com a maioria, o Senado virou o ponto chave para as expectativas do mercado. De maioria republicana durante o governo Trump, o senado pode estar dividido em 2021.
Há uma expectativa de uma dívida 50 a 50, que se definirá em janeiro. Até o momento, os republicanos ocupam 50 cadeiras, enquanto os democratas 46 e com os votos de dois senadores independentes, chegam a 48.
A Geórgia é o estado que deve definir as últimas duas cadeiras do Senado. No estado, nenhum candidato atingiu 50% dos votos, o que força o segundo turno em janeiro. Por lá, os republicanos Kelly Loeffler e David Perdue enfrentam Raphael Warnock e Jon Ossof.
Até o momento, o resultado é uma incógnita. Apesar de tradicionalmente republicano, a Geórgia foi um estado decisivo na vitória de Biden. Caso o jogo termine empatado, o desempate seria definido pela vice-presidente eleita Kamala Harris.
Fato é que mesmo com o empate, o mercado pode se sentir mais aliviado. Sem a ampla maioria democrata, pautas de campanha de Biden que afetam as empresas e o mercado sofreram forte resistência republicana no Senado e dificilmente serão aprovadas sem mudanças que favoreçam o mercado.
Governo Biden não deve ser um “terror” para o mercado
É claro que o mercado gosta mais dos republicanos, mas o governo de um democrata não grande temor nas empresas. A vitória de Biden a longo prazo ainda é positiva para o mercado. Depois de uma tensão inicial a tendência é que as coisas comecem a acalmar.
Além disso, algumas propostas de Biden podem agradar o mercado. Um dos planos do democrata é impulsionar empresas ligadas ao ESG, o que ajudaria diversas empresas de capital aberto com modelo de negócio baseado em energia limpa e sustentabilidade.
Biden também deve ajudar a diminuir a guerra econômica com a China, diminuindo a tensão entre os países. Isso deve ajudar os índices das principais bolsas americanas a voltarem a subir de forma sustentável.
Otimismo na Bolsa americana com vitória de Biden
A rixa entre Biden e Trump e os riscos da contestação do resultado das eleições deram lugar ao otimismo do mercado com a vitória de Joe Biden. O Congresso dividido diminui as chances de uma pressão maior sobre as empresas. O cenário atual agrada o mercado.
Prova disso é que durante a apuração, após a virada de Joe Biden em dois estados importante, Pensilvânia e Geórgia, a Bolsa fechou a semana com uma alta de 7,42%, anulando as perdas da semana anterior. No pregão, o índice fechou em leve alta, atingindo 100.925 pontos. No dia, o Ibovespa acontece 101.104 pontos.
Histórico otimista
Desde 1901, os melhores desempenhos da Ibovespa aconteceram durante mandatos de presidentes democratas com o Congresso dividido ou de maioria republicana, como acontece agora.
Além disso, os dados apontam que a valorização da Ibovespa após as eleições de um presidente pode ser considerar um bom presságio para o governo e o mercado. O site MarketWatch destaca justamente a posição dividida do Congresso como ponto de equilíbrio para governo de Joe Biden.
Os dados compilados desde 1945 mostram o índice S&P, que inclui as 500 principais empresas americanas, tem um retorno anual médio de 13,6%, quando o presidente era democrata o congresso dividido.
Mesmo com o Congresso de maioria democrata, os números ainda apontam um retorno de 9,8%. Isso mostra que o governo do democrata não deve ser o fim para as empresas.
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