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Redação
Publicado em 14/02/2018, às 12h43 - Atualizado em 24/08/2020, às 03h11

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Findo o Carnaval, as atenções voltam-se para a política, pois, apesar de ainda termos a Copa do Mundo, esse é um ano eleitoral. Correm soltas as especulações e os balões de ensaio sobre quem será candidato a presidente da República, e cada estado tem a sua disputa rumo ao governo local. Tudo está muito confuso porque significativa parte dos papas-votos está enrolada na Operação Lava-Jato e poderá ter problemas. Como o financiamento empresarial de campanha foi proibido (já ocorreu nas eleições de 2016), criou-se o custeio público, que esse ano deverá destinar R$ 2,5 bilhões para os partidos. Ainda se estuda a possibilidade de o próprio candidato financiar sua campanha, desde que tenha renda lícita para tanto. A grande preocupação é a injeção de recursos da contravenção e do crime organizado que, ajudando na eleição de governantes e parlamentares, tendem a exigir contrapartida para seus negócios ilícitos. O grande problema é que, na atual estrutura, a eleição é caríssima. Um candidato a deputado despende altas somas para fazer campanha no estado todo. São Paulo possui 645 municípios. A proposta barateadora é a do voto distrital, no qual o estado deve ser dividido pelo número de vagas existentes na Câmara dos Deputados. São Paulo, com 70 deputados, seria dividida em 70 distritos e cada um deles elegeria o seu representante. O concorrente faria campanha apenas no seu domicílio eleitoral e cidades vizinhas. A vantagem disso é que, além de ser menos oneroso, todos os postulantes estarão perto e ao alcance do eleitor. Desaparecerão aqueles iguais ao Tiririca, ao Clodovil e outros campeões de votos que se elegem e, com a sobra de votos, ainda arrastam outros dois, três ou mais candidatos inexpressivos.

Para a eleição desse ano – que ocorrerá no dia 7 de outubro – não há mais possibilidade de mudanças estruturais. Mas aqueles que forem eleitos, têm de pensar nas alterações para daqui a quatro anos. Mais do que para economizar recursos, a classe política tem de encontrar um meio de reconquistar o eleitorado. Talvez seja o voto distrital, onde tendo uma pequena área a trabalhar e representar, o deputado eleito sempre estará presente, acabando a hoje caricata figura do parlamentar cometa, que só aparece a cada quatro anos, quando tem de pedir o voto para reeleição.

Distrital puro ou misto (onde alguns que se sentirem em condições poderão concorrer pelo estado todo), o voto tem de custar menos. Os eleitos têm de se fazer mais presentes às bases a apresentar trabalhos concretos, de interesse do eleitorado. É do interesse geral a existência de governantes, senadores, deputados (e também prefeitos e vereadores) que gozem do respeito, da confiança e, se possível, da estima do eleitorado. Precisamos encontrar esse ponto de equilíbrio pois, do jeito que estão, as relações político&população não podem continuar.”

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