NO MUNDO DA LUA

Superlua Azul deve aparecer nos céus do litoral de SP com companhia famosa

Climatologista explica que, mesmo ainda com muita umidade na atmosfera, é possível que dê para ver a Superlua Azul na noite de hoje (30)

Esther Zancan
Publicado em 30/08/2023, às 15h18

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Céu no litoral de SP deve ter nuvens nesta noite (30), mas deve ser possível observar a Superlua Azul, com melhor horário a partir das 18hs - Imagem ilustrativa/Pexels
Céu no litoral de SP deve ter nuvens nesta noite (30), mas deve ser possível observar a Superlua Azul, com melhor horário a partir das 18hs - Imagem ilustrativa/Pexels

Os apaixonados pelos mistérios do firmamento já têm programa para a noite de hoje (30). O fenômeno conhecido como Superlua Azul acontece neste penúltimo dia do mês de agosto e, como um plus, vai contar com uma companhia famosa.

Mas se seu receio é que não dê para observar o fenômeno devido ao tempo, há uma esperança. O consultor em climatologia, astronomia e geologia da ONG Amigos da Água, de Santos, Rodolfo Bonafim, contou para nós do Portal Costa Norte que, apesar da grande chance de ainda haver nuvens no céu noturno, é bem possível que dê, sim, para observar o raro fenômeno. 

Bonafim explicou que a frente fria que passou pelo litoral trouxe muita umidade para a região, e essa umidade ainda não se dissipou totalmente. Devido a isso, é grande a chance de termos uma noite com nebulosidade variável, com algumas partes de céu claro e outras com nuvens. Ele acredita que será possível ver a Superlua Azul, mas entre nuvens. “Não vai ser uma noite totalmente limpa”, frisou o climatologista.

Planeta aparecendo na foto

E se você ficou mesmo curioso em saber quem é a tal da “companhia famosa” que estará junto à Superlua Azul desta noite, chegou a hora. Segundo Bonafim, é o planeta Saturno. O planeta estará visível durante toda a noite, bem próximo à lua. Para quem vai observar a olho nu, deve procurar um ponto brilhante, como uma estrela, de tom amarelado. Bom lembrar que os famosos anéis do planeta só podem ser observados com a ajuda de um telescópio.

Foto de Saturno
Famosos anéis de Saturno só podem ser observados com ajuda de telescópio - Rodolfo Bonafim

Aliás, a foto de Saturno que ilustra esta matéria é um feito! Clicada por Bonafim no Polo Astronômico de Amparo, no interior paulista, contou com o apoio de Carlos Eduardo Mariano, diretor do local. A imagem é resultado da combinação de 1.500 fotos obtidas em um telescópio de 355 mm com auxílio de uma câmera!

Mas afinal, o que é a Superlua Azul?

Para quem está achando que vai olhar para o céu nesta noite e se deparar com uma lua no melhor estilo dos “Smurfs”, é bom lembrar que o “azul” em questão é apenas o nome do fenômeno. Bonafim explicou, aliás, que se tratam de dois fenômenos.

A “Superlua” é quando a lua está em seu ponto mais próximo à Terra, conhecido como perigeu. O fenômeno acontece por volta de seis vezes ao ano. Para entender melhor: a órbita da lua não é uma circunferência, é uma elipse. Se fosse uma circunferência, a distância em relação à Terra sempre seria a mesma. Como é uma elipse, em alguns momentos o satélite natural está mais próximo (perigeu) de nosso planeta e, em outros, mais distante (apogeu).

Já a Lua Azul é quando acontecem duas luas cheias no mesmo mês. Neste mês de agosto, já aconteceu uma lua cheia dia 1º. Esse fenômeno acontece a cada 2 ou 3 anos. 

O que vai poder ser observado no céu desta quarta-feira é a junção dos dois fenômenos: a lua no perigeu na segunda lua cheia de um mesmo mês. A isso se dá o nome de Superlua Azul. E é bom aproveitar, pois a próxima vez que vai acontecer essa “dobradinha” é em 2037!

Qual a melhor hora para observar o fenômeno?

Bonafim contou que um bom horário para observar a Superlua Azul desta noite é logo a partir das 18 horas, horário em que ela desponta no leste. Ele lembra que é até mais interessante observar nesse horário, pois a lua normalmente apresenta uma coloração alaranjada. Isso se deve ao fato de que, nesse momento, a luz tem que atravessar várias camadas de atmosfera e, por ser na parte mais baixa, há poeira acumulada. 

Se você se frustrou um pouco pelo fato de que vai ver lua alaranjada, acompanhada de Saturno, mas não vai vê-la num tom azul, Bonafim explica que talvez o termo “lua azul” venha de tempos longínquos, quando as erupções vulcânicas na Terra eram mais frequentes. Os aerossóis em suspensão na atmosfera acabavam dando uma leve coloração azulada ao nosso satélite natural. Pensando bem, se o preço de ver uma lua no tom azul é encarar um vulcão nervoso, melhor deixar pra lá, não é mesmo? 

Esther Zancan

Esther Zancan

Formada pela Universidade Santa Cecília, Santos (SP). Possui experiência como redatora em diversas mídias e em assessoria de imprensa.

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